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Novos cardeais cumprem 10 dias de quarentena antes do consistório

O hotel de Santa Marta, no Vaticano, construído para receber cardeais durante as eleições papais, recebeu agora, devido à pandemia, os novos cardeais para uma quarentena de 10 dias antes de serem ordenados em cerimónia marcada para sábado.

Novos cardeais cumprem 10 dias de quarentena antes do consistório
Notícias ao Minuto

15:17 - 27/11/20 por Lusa

Mundo Vaticano

Os novos cardeais estão confinados nos seus quartos por ordem do Vaticano.

As quarentenas de 10 dias, com testes ao novo coronavirus realizados no início e no fim, são apenas um exemplo de como a cerimónia de sábado para elevar novos cardeais é diferente de tudo que a Santa Sé já viu.

O Papa Francisco celebra o consistório no sábado para a criação de 13 novos cardeais, mas devido à pandemia muitos fiéis não serão admitidos e alguns cardeais seguirão a cerimónia 'online'.

É a sétima vez que Francisco nomeia um novo grupo de cardeais desde sua eleição em 2013.

"Disseram-me que seria assim, mas não pensei que seria tão rigoroso!", admitiu o cardeal indicado Felipe Arizmendi Esquivel, arcebispo aposentado de Chiapas, no México.

A Casa de Santa Marta foi inaugurada em 2005 a cerca de mil metros de distância do Palácio Apostólico, e foi um presente feito ao Colégio Cardinalício pelo Papa João Paulo II, que participou de dois conclaves em 1978.

Durante uma ligação via Zoom com a Associated Press do seu quarto de hotel, Esquivel disse ter pensado que poderia haver algumas exceções ao bloqueio para novos cardeais, mas constatou o contrário: "Não! Aqui, não importa se é um cardeal ou um Papa. O vírus não respeita ninguém", afirmou.

"Não temos contacto com praticamente ninguém. É isolamento total, mas é necessário", considerou Esquivel, um dos quatro cardeais com mais de 80 anos ingressam no colégio como membros honorários, nomeado por Francisco em reconhecimento por uma vida inteira de serviço à Igreja.

Os outros nove têm menos de 80 anos e podem votar num conclave para escolher o sucessor de Francisco.

O primeiro papa latino-americano da história há muito que procura nomear cardeais das "periferias", para mostrar a natureza universal da Igreja e impulsionar pequenas comunidades, onde os católicos são minoria, com líderes de alto nível.

Segundo o Vaticano dois novos cardeais não viajarão a Roma para a cerimónia por causa da Covid-19: o embaixador do Vaticano em Brunei, o cardeal indicado Cornelius Sim e o arcebispo de Capiz, Filipinas, o cardeal designado Jose Advincula.

A estes o barrete vermelho de três pontas e o anel cardinalício serão entregues por um representante do Papa.

Para aqueles que participam na cerimónia, a crise de saúde pública apresenta um conjunto incomum de desafios. A Itália, onde a pandemia eclodiu no final de fevereiro, está atualmente a passar por uma segunda vaga e o próprio Vaticano modificou nas últimas semanas os seus procedimentos tendo os seus museus fechados.

Normalmente, os consistórios são realizados com festa e multidão: os cardeais vêm à cidade com a família, amigos e às vezes benfeitores e paroquianos que veem de perto os novos "príncipes da igreja" e depois participam em receções e jantares em sua homenagem.

Em circunstâncias normais, o consistório seria seguido por "visitas de cortesia", onde os novos cardeais cumprimentam os simpatizantes e o público em geral da grandeza nas salas de receção no Palácio Apostólico ou no auditório do Vaticano.

Este ano, não haverá visitas de cortesia e cada cardeal tem um limite de 10 pessoas para convidados.

A partir de sábado, haverá 128 cardeais com idade para votar, 42% da Europa.

Portugal está representado no colégio cardinalício por Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, António Marto, bispo de Leiria-Fátima, e José Tolentino Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Sé, todos criados pelo Papa Francisco e eleitores num eventual conclave.

No colégio cardinalício está ainda Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.

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