Mebarki foi condenado "a um ano de prisão pelo tribunal de Khenchela (noroeste)", precisou Hachem Saci na sua conta Facebook. Deverá ainda pagar uma multa de 50.000 dinares (330 euros).

Inicialmente envolvido no movimento de protesto popular do "Hirak", o militante de origem berbere foi reconhecido culpado de "ofensa aos princípios da religião [muçulmana], incitamento à discriminação e posse sem autorização de material de guerra", segundo o advogado.

Em contrapartida, foi ilibado das atas de acusação mais graves de "profanação" do Corão, "incitamento para converter um muçulmano a outra religião" e pressão sobre um muçulmano "para incitá-lo a renunciar à religião", precisou Saci.

Em 10 de outubro, Yacine Mebarki foi condenado pelo tribunal de Khenchela a dez anos de prisão e ao pagamento de uma pesada multa de 66 milhões de dinares (66.000 euros).

No recurso, o procurador tinha pedido a mesma pena de prisão, a mais pesada de sempre dirigida a um ativista do "Hirak", de acordo com o Comité nacional de libertação dos detidos (CNLD), uma associação de apoio aos presos políticos.

Militante da causa amazigh (berbere), Yacine Mebarki, 52 anos, foi detido em 30 de setembro após uma rusga policial ao seu domicílio. Deverá ser libertado da prisão em 01 de outubro de 2021.

Esta condenação insere-se numa contínua vaga de repressão dirigida a militantes do "Hirak", opositores políticos, jornalistas e 'bloggers'.

Segundo o CNLD, cerca de 90 pessoas estão atualmente detidas por factos relacionados com a contestação na Argélia, a maioria por publicações no Facebook.