Numa recente entrevista, Arinç defendeu a libertação do político curdo Selahattin Demirtas e do empresário e filantropo Osman Kavala, detidos respetivamente desde novembro de 2016 e novembro de 2017.
Arinç considerou que "nem uma criança poderia ter escrito" a acusação contra Kavala e recomendou a leitura de um livro escrito por Demitras na prisão "para mudar de ideias a respeito dos curdos e o trauma dos curdos".
Pouco depois, Erdgan criticou, sem mencionar Arinç, os que fazem "causa comum" com Kavala e a com a esquerda curda.
No seu anúncio de renúncia, divulgado na rede social Twitter, Arinç evitou qualquer crítica ao Presidente, e afirmou que as suas declarações foram opiniões pessoais e não como assessor de Erdogan.
Arinç, 72 anos, deputado desde 1996, foi um dos três políticos mais influentes que acompanharam Erdogan na fundação em 2001 do islamita Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder desde finais de 2002), apesar de não constar da ata fundacional, e o único dirigente histórico que se mantinha junto do Presidente.
Em 2019, Ali Babacan, co-fundador do AKP e ex-ministro da Economia e dos Negócios Estrangeiros, anunciou uma nova formação política, à semelhança do ex-primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, que abandonou o AKP devido a divergências com Erdogan.