Papa defende que a migração não é ameça ao cristianismo
O Papa Francisco insiste que "a migração não é uma ameaça ao cristianismo", no seu novo livro "Um tempo de mudança", hoje publicado.
© Getty Images
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"Rejeitar um migrante em dificuldade, qualquer que seja sua crença religiosa, por medo de diluir uma cultura 'cristã', é distorcer grotescamente o cristianismo e a cultura", escreve o papa num livro que é amplamente inspirado pelos seus pensamentos sobre a pandemia de covid-19.
Segundo Francisco, "a migração não é uma ameaça ao Cristianismo, exceto na mente daqueles que ganham alguma coisa afirmando que é".
A insistência do papa em condenar os países ricos, sobretudo a Europa, por não receberem os migrantes, por vezes valeu-lhe críticas que apontavam para a sua ingenuidade, mesmo entre os católicos.
"Uma das fantasias do nacionalismo em países predominantemente cristãos é defender a" civilização cristã "contra supostos inimigos, sejam eles o Islão, os judeus, a União Europeia ou as Nações Unidas. Esta defesa apela àqueles que muitas vezes já não são religiosos, mas que consideram o património de sua nação como uma espécie de identidade. Os seus medos e a perda de identidade aumentaram enquanto a frequência às igrejas diminuiu", escreveu.
O papa destaca também a precariedade dos migrantes que muitas vezes são obrigados a viver na promiscuidade de campos insalubres mesmo durante a pandemia.
"Os campos de refugiados transformam sonhos de uma vida melhor em câmaras de tortura", considera o papa, lembrando que "se a covid-19 entrar num campo de refugiados, pode dar origem a um verdadeiro desastre".
Para o argentino Jorge Bergoglio, neto de imigrantes italianos que foram viver para a Argentina, "a dignidade dos povos exige corredores seguros para os migrantes e refugiados, para que se possam deslocar sem medo de zonas mortais para áreas mais seguras".
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