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É chegada a altura de os governos "deixarem de brincar com a saúde"

O Gabinete Europeu do Ambiente, que junta organizações ambientalistas da Europa, defendeu hoje que é chegada a altura de os governos "deixarem de brincar com a saúde" dos cidadãos e respeitarem as leis sobre a qualidade do ar.

É chegada a altura de os governos "deixarem de brincar com a saúde"
Notícias ao Minuto

13:27 - 23/11/20 por Lusa

Mundo Ambiente

No dia em que foi divulgado o relatório deste ano sobre a qualidade do ar, pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), a organização (EEB na sigla original), que congrega mais de 160 organizações de 35 países, salienta que três quartos da população urbana da União Europeia (UE) estão expostos ao ar tóxico.

E culpa os governos que "não conseguem reduzir as emissões".

"Chegou a altura de os nossos governos deixarem de brincar com a nossa saúde. Respeitar as leis de qualidade do ar da UE é o mínimo que devem fazer", disse Margherita Tolotto, responsável pela política do ar e do ruído no EEB, citada num comunicado da organização.

O EEB destaca que o relatório da AEA alerta que a poluição atmosférica deixa os cidadãos mais vulneráveis à pandemia de covid-19 e que a maioria dos europeus que vive em cidades respira um ar "perigoso para a sua saúde".

"Os dados mostram que as emissões nocivas, especialmente provenientes da agricultura e do aquecimento doméstico, não estão a diminuir suficientemente depressa. Quase todos os estados membros da UE, em 2018, excederam os limites de poluição atmosférica recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)", diz-se no comunicado.

O EEB destaca no documento a Bulgária, a Croácia, a República Checa, a Polónia, a Roménia e a Itália, que violaram os limites da UE para as partículas finas, uma das formas mais perigosas de poluição atmosférica e que causou cerca de 417.000 mortes prematuras em 41 países europeus em 2018.

Lembrando que as leis da UE exigem que os estados-membros detalhem os seus planos para reduzir a poluição atmosférica, o EEB acusa Itália, Grécia, Luxemburgo e Roménia, que ainda não apresentaram qualquer plano, um ano e meio depois do prazo legal.

Margherita Tolotto questiona no comunicado quantas vezes é preciso chamar a atenção dos governos para o problema, e acrescenta: "Eles sabem o que precisa de ser feito para melhorar a qualidade do ar: energia e produção industrial mais limpas, transportes mais ecológicos e mais inteligentes, e agricultura sustentável".

O relatório da AEA indica que a poluição atmosférica continua a ter impactos significativos na saúda da população europeia, particularmente nas zonas urbanas, e que por causa dela terão morrido em 2018, prematuramente, 417.000 europeus, dos quais cerca de 379.000 na UE (ainda com Reino Unido).

Em Portugal terão morrido prematuramente cerca de 4.900 pessoas devido à má qualidade do ar.

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