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Burundi anuncia à ONU o encerramento de gabinete até ao final do ano

O Burundi anunciou ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) o encerramento no final do ano do gabinete do seu enviado especial ao país, contrariando o recente pedido de António Guterres para o prolongamento por mais um ano.

Burundi anuncia à ONU o encerramento de gabinete até ao final do ano
Notícias ao Minuto

16:08 - 20/11/20 por Lusa

Mundo Burundi

Numa "nota verbal" obtida pela agência France-Presse e autenticada por um alto responsável da diplomacia do Burundi, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Burundi notificou o gabinete de Guterres "do encerramento e liquidação formal do gabinete do enviado especial ao Burundi até 31 de dezembro de 2020".

Questionada pela agência noticiosa em Nova Iorque sobre esta nota verbal, a ONU escusou-se a "comentar nesta fase".

As Nações Unidas instalaram um enviado especial e respetivo gabinete no Burundi em 2016, para acompanhar a situação no país, mergulhado desde o ano anterior numa crise política mortífera, marcada por violações generalizadas dos direitos humanos, desencadeada por uma vontade implacável do então presidente do país, Pierre Nkurunziza, de lutar por um muito controverso terceiro mandato.

Acolhendo embora a "verdadeira e forte vontade" de "mudança positiva" do novo Presidente, Evariste Ndayishimiye, que sucedeu a Nkurunziza, que morrer em junho, o secretário-geral da ONU recomendou no passado dia 10 que o gabinete do seu enviado especial permanecesse em funções até 31 de dezembro de 2021, considerando que a situação no Burundi se mantém "frágil".

A diplomacia do Burundi afirmou na nota que a "presença política" da ONU já não é "relevante" uma vez que a situação no Burundi é "calma e estável" e o recente "processo eleitoral bem sucedido" teve como "resultado numa transição política histórica".

"A nossa decisão é soberana e irrevogável. Já não queremos um gabinete que mantenha a ideia de uma crise, que só existe na mente de certas potências estrangeiras", afirmou uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Burundi, citada pela AFP, numa referência à União Europeia e a alguns países ocidentais.

O Governo do Burundi apela à retirada do país da agenda do Conselho de Segurança da ONU há bastante tempo, com o argumento de que isso melhoraria a imagem do país aos olhos de potenciais parceiros e investidores.

Um diplomata da ONU, sob condição de anonimato, citado pela agência de notícias francesa, vê a notificação de Bujumbura como uma eventual tomada de "posição para negociar uma relação política mais flexível com a ONU, porque o Burundi sabe que não haverá unanimidade no Conselho de Segurança para a sua retirada da agenda".

Na sua nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Burundi considera que "o desenvolvimento socioeconómico é a única área que necessita de apoio" da ONU.

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