Israel acusa Líbano de "impasse" em negociações sobre fronteira marítima
Israel acusou hoje o Líbano de ter mudado de posição na demarcação das fronteiras no Mediterrâneo e alertou para o risco de um impasse nas negociações e consequente atraso na prospeção de hidrocarbonetos no mar.
© Reuters
Mundo Conflito
Os dois países vizinhos, que se encontram formalmente em estado de guerra, tinham concordado na semana passada um novo ciclo negocial sob a égide das Nações Unidas admitindo uma quarta ronda negocial em dezembro.
"O Líbano mudou repetidamente de posição em relação às fronteiras marítimas com Israel. A posição atual contradiz, não apenas a posição inicial, mas também a posição do Líbano quanto à fronteira marítima com a Síria, usando a posição das ilhas libanesas perto da fronteira" disse o ministro israelita da Energia, Yuval Steinitz, numa mensagem nas redes sociais.
"Quem quiser prosperidade regional e desenvolvimento seguro dos recursos naturais deve defender o princípio da estabilidade e resolver este contencioso baseado nas linhas (de demarcação) apresentadas por Israel e pelo Líbano à ONU", acrescentou o ministro israelita.
De acordo com Steinitz, "os desvios" aos princípios provocam "impasse" e são uma "traição" contra os objetivos para se alcançar a paz regional.
Durante um encontro com o chefe das forças da ONU no Líbano (Finul) na base de Nagoura (sul) onde decorrem os contactos diplomáticos, o presidente libanês Michel Aoun disse quinta-feira que a demarcação das fronteiras marítimas deve ser feita a "partir da linha de Ras Nagoura e sem incluir as ilhas costeiras israelitas".
O Líbano e Israel iniciaram negociações em outubro sobre uma zona marítima de 860 quilómetros quadrados e de acordo com uma carta apresentada pelas Nações Unidas em 2011, mas considerada "errónea" por Beirute.
De acordo com o analista libanês Laury Haytan, o Líbano solicitou uma zona suplementar de 1.430 km2 mais a sul estendendo a linha até uma parte do campo de gáz de Karish cujo concessão foi atribuída por Israel à empresa grega Energean.
As negociações - a primeira ronda decorreu a 14 de outubro - têm sido conduzidas desde o seu início em total sigilo, com muito pouca informação sobre os progressos realizados.
Após vários anos de esforços norte-americanos nos bastidores, o Líbano e Israel anunciaram a 01 de outubro o lançamento das negociações, descritas por Washington como "históricas".
O anúncio foi feito poucas semanas após a normalização das relações entre Israel e dois países do Golfo - Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
No entanto, o Líbano insiste no caráter técnico e não político das discussões.
A questão dos hidrocarbonetos é particularmente estratégica para um Líbano economicamente frágil e que depende da prospeção petrolífera para conter um colapso total.
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