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Mãe de cinco filhos é a primeira mulher taxista em Gaza

O serviço tem de ser reservado com antecedência, mas os passageiros dizem sentir-se mais descansados ao ser conduzidos por Naela do que por um homem.

Mãe de cinco filhos é a primeira mulher taxista em Gaza
Notícias ao Minuto

09:58 - 20/11/20 por Sara Gouveia

Mundo Gaza

Para Naela Abu Jibba, uma mãe de cinco filhos que vive e trabalha na Faixa de Gaza andar nas estradas tornou-se uma forma de vida. De lenço na cabeça e máscara de proteção individual para a Covid-19, a mulher de 39 anos é primeira taxista do sexo feminino no território palestiniano controlado pelo movimento islâmico Hamas.

Já foi alvo de comentários sexistas pelas suas habilidades ao volante, mas diz que perdem valor quando comparados com a gratidão das suas clientes mulheres. "Recebo muitos comentários ofensivos nas redes sociais, mas os comentários encorajadores são muito mais", disse, citada pela Reuters. "Alguns dizem que este trabalho é para homens, outros dizem que nós [mulheres] causamos acidentes, quando o facto é que as mulheres são mais calmas e mais cuidadosas que os homens", acrescentou.

Muitos dos passageiros, que têm de pedir o serviço com antecedência e marcar, dizem sentir-se mais calmos ao ser conduzidos por uma mulher. "Quando uma mulher sai do cabeleireiro para ir a uma festa e está a usar maquilhagem, sente-se melhor se for com outra mulher no carro", refere.

Em Gaza, as mulheres têm o mesmo direito que os homens para conduzir, mas a profissão continua sendo maioritariamente masculina.

Naela tirou uma licenciatura em serviço comunitário e começou o seu negócio depois de não conseguir encontrar emprego. A taxa de desemprego em Gaza está nos 49% com dificuldades agravadas pelas restrições fronteiriças que Israel e o Egito há muito mantêm, citando preocupações de segurança.

Assim que a pandemia acabar, a mulher diz querer expandir o seu negócio e criar uma frota. Até agora o território com dois milhões de pessoas já registou mais de 12 mil casos e 56 mortes.

Leia Também: Agência para refugiados palestinianos teme "desastre" em Gaza e no Líbano

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