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Paquistão promete trabalhar para a paz no Afeganistão

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, comprometeu-se hoje a ajudar na redução da violência no país 'vizinho' Afeganistão e a trabalhar para um cessar-fogo entre os talibãs e as forças afegã.

Paquistão promete trabalhar para a paz no Afeganistão
Notícias ao Minuto

16:51 - 19/11/20 por Lusa

Mundo Paquistão

Imran Khan falava durante uma visita ao Afeganistão, território atingido por conflitos desde 2001, onde se encontrou com o Presidente afegão, Ashraf Ghani, naquela que foi a sua primeira deslocação a Cabul (capital afegã) desde a sua eleição em 2018.

"Constatámos com preocupação que o nível de violência está a aumentar, apesar das conversações no Qatar" entre os talibãs e o Governo afegão, declarou Imran Khan, após o encontro com Ashraf Ghani.

"O Paquistão fará tudo, tudo o que for possível, para ajudar a reduzir esta violência e avançar para um cessar-fogo", acrescentou o chefe do Governo paquistanês, cujo país tem sido acusado por Cabul de apoiar os talibãs ao longo dos anos.

A violência aumentou nas últimas semanas no Afeganistão, apesar do início de conversações de paz em Doha, no Qatar, entre o Governo afegão e os talibãs em setembro passado.

Os atos de violência têm sido atribuídos principalmente aos talibãs, que procuram desta forma tentar influenciar o processo de paz, que, neste momento, se encontra paralisado.

Nas declarações em Cabul, Imran Khan afirmou que foi o Paquistão que persuadiu inicialmente os talibãs a falarem com os Estados Unidos da América (EUA).

Estas conversações levaram à assinatura de um acordo em Doha, no final de fevereiro último, que visou a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão (em particular as tropas americanas até maio de 2021) em troca do início de um diálogo de paz.

O acordo de fevereiro, que não foi ratificado por Cabul, previa igualmente a libertação de 5.000 prisioneiros talibãs e de mil membros das forças de segurança afegãs mantidos em cativeiro pelos insurgentes.

Na terça-feira passada, o Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) confirmou a redução de tropas no Afeganistão, e igualmente no Iraque, até janeiro de 2021.

A informação foi avançada pelo secretário da Defesa norte-americano em exercício, Christopher Miller, que indicou que os comandantes militares e conselheiros concordaram com o plano de retirada, que vai reduzir de mais de 4.500 para 2.500 o número de tropas no Afeganistão, e no Iraque de cerca de 3.000 para 2.500.

Ainda em Cabul, Imran Khan elogiou igualmente os esforços do Paquistão na abertura das negociações de paz em Doha.

As relações diplomáticas entre os "vizinhos" Paquistão e Afeganistão têm sido tensas ao longo dos anos.

Muitos afegãos criticam as autoridades paquistanesas por interferirem nos assuntos internos do país, ajudando os talibãs e desestabilizando de forma deliberada aquele território.

Islamabad sempre rejeitou tais acusações, apesar de vários líderes talibãs viverem em Quetta, no sudoeste do Paquistão, e dos insurgentes terem beneficiado no passado de uma liberdade de movimentos na fronteira com o Afeganistão.

Na semana passada, Islamabad criticou, por sua vez, o Afeganistão por ter permitido que a Índia (país com o qual os paquistaneses têm um conflito por causa da região da Caxemira) erguesse acampamentos em solo afegão para a formação de grupos que teriam como objetivo atacar o território paquistanês.

Tanto Nova Deli como Cabul rejeitaram as acusações.

Já o Presidente afegão, Ashraf Ghani, cujos pedidos para um cessar-fogo foram repetidamente rejeitados pelos talibãs, reiterou hoje o seu desejo para uma trégua imediata.

"A violência não é a solução", reforçou o chefe de Estado afegão.

Nos últimos seis meses, os talibãs realizaram 53 ataques suicidas e 1.250 explosões, que mataram 1.210 pessoas e feriram outras 2.500, informou hoje o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Tariq Arian.

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