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Talibãs saúdam redução de tropas norte-americanas na região

Os talibãs saúdam a decisão dos EUA de reduzir o número de tropas no Afeganistão como "um bom passo em frente", mas aliados europeus e Congresso norte-americanos estão preocupados com o seu impacto na região.

Talibãs saúdam redução de tropas norte-americanas na região
Notícias ao Minuto

15:47 - 18/11/20 por Lusa

Mundo Afeganistão

O Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, que dará lugar ao Presidente eleito, Joe Biden, cumpre a promessa de tentar acabar "guerras sem fim", depois de o Pentágono ter anunciado na terça-feira uma retirada de cerca de 2.000 soldados do Afeganistão e de 500 no Iraque, deixando apenas 2.500 em cada um desses países.

"Este é um bom passo em frente e é do interesse dos povos afegão e norte-americano", disse hoje o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do Afeganistão, Rahmatullah Andar, minimizou o impacto da retirada, dizendo que "as forças de segurança e defesa afegãs já estão a conduzir 96% das operações de forma independente e estão prontas para continuar a defender o país contra os inimigos".

Contudo, o anúncio da redução de forças militares no Afeganistão e no Iraque está a provocar sentimentos de preocupação no Congresso norte-americano, com declarações de receio sobre a possibilidade de a decisão do Governo de Trump permitir o ressurgimento de grupos extremistas na região.

O líder da maioria republicana no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, que é ainda um apoiante do Presidente Trump, disse que com uma retirada prematura das forças no Afeganistão e no Iraque os EUA estariam a "abandonar" os aliados, "o que deliciaria" os inimigos dos norte-americanos.

As palavras de Mitch McConnell alinham com as preocupações de vários aliados europeus, incluindo a Alemanha, cujo Governo alertou hoje para os riscos da redução de forças no Afeganistão, temendo pelo impacto da decisão nas negociações de paz entre os talibãs e o Governo afegão.

Contudo, o secretário de Defesa interino dos EUA, Christopher Miller, recentemente indicado por Trump, mantém-se confiante sobre a manutenção dos planos de paz no Afeganistão.

"Continuaremos a estar ao lado do Governo afegão, enquanto decorrem as negociações de paz com os talibãs", disse hoje Miller.

"A Al-Qaida está no Afeganistão há décadas. Seríamos tolos em dizer que eles se irão embora amanhã", acrescentou um alto funcionário do Pentágono, pouco antes das palavras de Miller.

Sediq Sediqqi, porta-voz de Ashraf Ghani, anunciou na sua conta da rede social Twitter que o Presidente do Afeganistão falou com Miller, na noite de terça-feira, sobre o processo de paz e sobre os apoios militares que os Estados Unidos continuarão a assegurar.

Contudo, as autoridades afegãs não escondem a preocupação com o aumento de violência nos últimos meses, apesar das negociações de paz.

Um ataque em 02 de novembro na Universidade de Cabul provocou pelo menos 22 mortos, a maioria estudantes, num ataque reivindicado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), mas que o Governo afegão diz ter sido instigado pelos talibãs.

Leia Também: Afeganistão anuncia morte de um dirigente da Al-Qaida

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