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Governo alemão exprime preocupação com redução de tropas dos EUA
O Governo alemão disse hoje que está "particularmente preocupado" com o impacto da anunciada redução das tropas dos EUA no Afeganistão nas negociações de paz em curso na região.
© Reuters
Mundo Afeganistão
O Pentágono anunciou na terça-feira que os Estados Unidos reduzirão o efetivo de tropas no Afeganistão para 2.500 soldados, até janeiro próximo, cumprindo uma promessa do Presidente Donald Trump de manter na região o menor contingente norte-americano em duas décadas de conflito.
"Estamos particularmente preocupados com o que o anúncio dos Estados Unidos pode significar para o avanço das negociações de paz no Afeganistão", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, numa conferência de imprensa.
As negociações de paz entre os talibãs e o Governo afegão decorrem após um acordo entre Washington e os rebeldes, apesar de serem perturbadas pela continuação de ataques de ambas as partes.
"Após anos de conflito, os dois lados estão sentados à mesa das negociações e começaram a discutir de forma construtiva", salientou Maas, acrescentando que "não devem ser colocados quaisquer obstáculos adicionais", referindo-se à retirada de tropas do terreno.
Maas disse ainda que a Alemanha - que tem no Afeganistão 1.300 soldados, sob controlo da NATO - também está preocupada com as consequências que a decisão dos Estados Unidos pode ter na segurança das suas forças na região.
Uma retirada precipitada das forças internacionais do Afeganistão pode ter "um preço muito elevado", com o risco de este país "voltar a ser uma base para terroristas internacionais", alertou o chefe da diplomacia alemã.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Christopher Burger, disse que o seu Governo não fora informado dos planos concretos do Pentágono, realçando a preocupação com a forma como o processo está a ser gerido desde Washington.
A redução das tropas ordenada pelo Presidente dos EUA em exercício, Donald Trump, deve ocorrer em janeiro, a poucos dias da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden, que está marcada para o dia 20.
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