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Ativistas saraauís denunciam numerosas detenções em cidades ocupadas

Organizações saarauís denunciaram hoje a detenção de vários ativistas pelas forças marroquinas nas cidades ocupadas do Saara Ocidental, num contexto de alta tensão nesta antiga colónia espanhola desde que Marrocos atacou a fronteira de Guerguerat na sexta-feira.

Ativistas saraauís denunciam numerosas detenções em cidades ocupadas
Notícias ao Minuto

21:25 - 15/11/20 por Lusa

Mundo Saara Ocidental

Essa ação militar recebeu uma resposta da Frente Polisário, que declarou rompido o cessar-fogo em vigor desde 1991 e assegurou que bombardeou posições do Exército marroquino no muro de separação na sexta-feira, sábado e hoje "causando vítimas mortais no inimigo".

Marrocos negou hoje que os confrontos com a Frente Polisário ocorridos nos últimos dias tenham causado vítimas mortais, ao mesmo tempo que minimizou os ataques aos quais apelidam de "assédio" e "provocações".

"A resposta das autoridades de ocupação marroquinas tem sido muito forte. Intervieram contra as manifestações [de sexta-feira] e houve confrontos entre os jovens saarauís e a polícia", explicou Ettanji Ahmed, membro do coletivo Equipe Media, em telefonema com a agência espanhola Efe.

"Desde esta manhã, um grupo de polícias, forças especiais e polícias à paisana começaram a invadir casas de familiares saraauís e prenderam dezenas de jovens entre as manifestações de ontem [sábado] à noite e hoje nas suas casas, e continuam à procura de outros", acrescentou.

Segundo Ahmed, os ativistas recorreram ao Comité Internacional da Cruz Vermelha para "que proteja os civis saarauís nos territórios".

A Frente Polisário anunciou hoje o bombardeamento de várias posições do exército marroquino, pelo terceiro dia consecutivo.

Estes ataques, que ainda não puderam ser confirmados ou negados por fontes independentes, foram num primeiro momento desvalorizados e depois negados por Marrocos.

Um dos responsáveis da Frente Polisário disse hoje que o movimento de independência mobiliza "milhares de voluntários" preparados para se juntarem às forças armadas saraauí, ao terceiro dia do conflito entre esta e Marrocos em disputa pelo Saara Ocidental.

Na sexta-feira, as unidades militares marroquinas cruzaram a linha divisória para quebrar o bloqueio e levantar um corredor de segurança, ação que desencadeou uma troca de tiros entre o Exército marroquino e as forças da Frente Polisário estacionadas na área.

Em reação, a Frente Polisário declarou "estado de guerra" e o fim do cessar-fogo assinado em 1991 sob a égide da ONU.

O alto-representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, teve hoje uma conversa com os congéneres de Marrocos, Nasser Bourita, e da Argélia, Sabri Boukadoum.

Josep Borrell sublinhou "a importância primordial de garantir o respeito pelos acordos de cessar-fogo", segundo revelado em comunicado de imprensa.

O ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros assegurou a vontade do seu país em respeitar o cessar-fogo.

A zona desmilitarizada onde está localizada Guerguerat é regida pelo chamado "Acordo Militar número 1", anexo ao acordo de cessar-fogo em vigor desde 1991 e assinado por Marrocos e o grupo Frente Polisário, que proíbe a entrada de militares, entre outras medidas.

No entanto, tanto Marrocos como a Frente Polisário são constantemente acusados de não cumprir o acordo com ações que violam o cessar-fogo.

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