Pneumonia mata uma criança a cada 20 segundos na Nigéria
Cerca de 143.000 crianças com menos de 5 anos morrem anualmente de pneumonia na Nigéria, ou seja, uma criança a cada 20 segundos, disse o Ministério da Saúde nigeriano, preocupado que a covid-19 possa agravar estes números já "sombrios".
© Reuters
Mundo Nigéria
A pneumonia é "a principal causa de morte de crianças com menos de 5 anos de idade na Nigéria, com uma taxa de mortalidade infantil de 132 mortes por cada 1.000 nascimentos", a taxa mais elevada do mundo, disse o secretário de Estado da Saúde, Olorunnimbe Mamora, na quinta-feira, Dia Mundial da Pneumonia.
A Associação Nigeriana de Pediatras apelou ao Governo, instituições internacionais e parceiros privados para "melhorarem os índices de saúde" para que o país mais populoso de África, com 200 milhões de habitantes, "já não tenha o recorde infame do maior número de mortes de crianças com menos de 5 anos de idade do mundo".
"Este ano 2020 é particularmente relevante devido à pandemia de covid-19, porque (...) perturbou os esforços de prevenção e cuidados básicos para crianças, incluindo o acesso a vacinas, mas também a alimentos ou tratamentos para doenças convencionais", afirmou, em comunicado, a Associação Pediátrica Nigeriana.
A pneumonia é definida como uma infeção respiratória aguda, que afeta os pulmões e é causada por uma série de bactérias, vírus ou fungos que podem surgir por poluição do ar, em ambiente não higiénico ou sistema imunitário enfraquecido.
Esta doença é a principal causa de morte entre as crianças do mundo inteiro, com 2.000 mortes por dia, à frente da malária, sarampo e doenças diarreicas, segundo o Fundos das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que observa, no entanto, que "o oxigénio medicinal associado a antibióticos poderia salvar muitas, mas muitas vidas".
"A pandemia de covid-19 agravou uma devastadora falta de acesso ao oxigénio nos países mais pobres", afirmou, por seu lado, Kevin Watkins, diretor executivo da organização não-governamental Save the Children, num relatório publicado esta semana em coautoria com a Unicef e a organização Clinton Health Access Initiative (CHAI), no qual os parceiros apelam ao acesso gratuito ao oxigénio, especialmente na África subsariana, onde "apenas um em cada cinco pacientes recebe o tratamento - em oxigénio - de que necessitam".
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