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França homenageia vítimas de atentados de 2015 em Paris

A França homenageou hoje, cinco anos depois dos atentados contra a sala de espetáculos Bataclan e outros locais de Paris, as 130 vítimas mortais, num momento em que o país está em alerta depois de recentes atentados terroristas.

França homenageia vítimas de atentados de 2015 em Paris
Notícias ao Minuto

12:46 - 13/11/20 por Lusa

Mundo Terrorismo

Os atentados de 2015 começaram no Estádio de França, onde três terroristas se fizeram explodir, após o início de um jogo amigável entre as seleções de futebol da Alemanha e da França, causando a morte de uma pessoa.

Outro extremista islâmico disparou contra pessoas em vários bares e esplanadas do centro da capital, causando um caos, mas o inferno foi atingido na sala Bataclan, onde o grupo norte-americano Eagles of Death Metal estava a dar um concerto e onde 90 pessoas foram fuziladas.

A cerimónia de homenagem de hoje reuniu a classe política sob normas sanitárias restritas impostas no âmbito da luta contra a pandemia do coronavírus da covid-19.

O primeiro-ministro, Jean Castex, e a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, lideraram uma comissão, que também incluiu representantes das associações Life for Paris e 13onze15 Fraternidade e Verdade, que agrupam sobreviventes e parentes das vítimas.

Em cada um dos sítios atingidos naquele ano foi feito um ritual, entre um forte dispositivo de segurança e sem discursos oficiais: a leitura dos nomes dos atingidos naquele local, a deposição de um ramo de flores frente aos memoriais e cumprimento de um minuto de silêncio.

De manhã, o primeiro-ministro escreveu, na sua página de Twitter, a frase 'Fluctuat nec mergitur' - lema da cidade de Paris, que significa É fustigada pelas ondas, mas não afunda" --, que se que se tornou popular em 2015 como um símbolo da resiliência da cidade e dos seus habitantes face ao terrorismo.

"Hoje estou a pensar nas famílias, [porque] o seu luto não acabou", referiu também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, à televisão BFMTV, observando que o terrorismo continua a ser "uma grande ameaça" para o país e os seus valores, e "exige muita firmeza".

"Temos de lutar incansavelmente contra o fanatismo, temos de continuar unidos", escreveu, por sua vez, Stanislas Guerini, líder do LREM ('République En Marche!' ou 'República em Marcha!'), o partido de centro liberal que apoia o Presidente.

Também o ex-Presidente socialista François Hollande, chefe de Estado de França na época dos atentados, lembrou hoje os acontecimentos de 2015, afirmando, na rádio Inter, que tiveram um impacto individual e coletivo.

"Um país também fica com sequelas psicológicas. Não só porque se registaram 130 mortos e 400 feridos, mas também porque se perdeu a noção de paz duradoura, de que estávamos protegidos de tudo. Sentimos que aquele terrorismo veio para ficar", disse.

O julgamento dos atentados de 2015 está previsto para 2021, altura que serão julgadas 20 pessoas, incluindo Salah Abdeslam, o único terrorista que sobreviveu aos ataques 'jihadistas' e que fugiu de Paris naquela noite sem ativar o seu colete explosivo.

Não fosse a pandemia, este quinto aniversário teria coincidido com o veredicto de um outro importante processo de terrorismo em França: os atentados de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo, contra um supermercado judeu em Paris e contra uma polícia, em que morreram 17 pessoas.

O julgamento começou em 02 de setembro, mas a deteção de vários casos de coronavírus entre os 10 réus obrigou à sua interrupção no início de novembro e, segundo a Procuradoria Nacional Antiterrorista, só será retomado na próxima segunda-feira.

Um processo que acontece num momento em que a França foi, mais uma vez, abalada por vários ataques, como a decapitação de um professor, em 16 de outubro, por ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão, e um ataque a uma igreja católica em Nice, que provocou a morte de três pessoas.

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