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Confrontos na Costa do Marfim já fizeram 85 mortos desde agosto

Pelo menos 85 pessoas morreram na Costa do Marfim desde agosto em confrontos ligados às eleições presidenciais, anunciou hoje o Governo, no mesmo dia da primeira reunião do Presidente com o líder da oposição, Henri Konan Bédié.

Confrontos na Costa do Marfim já fizeram 85 mortos desde agosto
Notícias ao Minuto

19:33 - 11/11/20 por Lusa

Mundo Costa do Marfim

"As manifestações organizadas à margem de todas as regras por alguns partidos da oposição começaram no dia 10 de agosto em algumas localidades do país e causaram importantes danos humanos e materiais", disse hoje o porta-voz do Governo, Sidi Tiemoko Touré.

"O balanço que fazemos com pesar é de 85 mortos, 34 antes das eleições, 20 durante e 31 depois", acrescentou Touré, sinalizando que também houve 484 pessoas que ficaram feridas, incluindo membros das forças de segurança e de defesa.

As tensões políticas que surgiram depois de o Presidente reeleito, Alassane Ouattara, ter anunciado a candidatura levaram também mais de oito mil pessoas a fugirem para a vizinha Libéria, mais do que duplicando o número de 3.200 que as Nações Unidas anunciaram há uma semana.

Os confrontos intensificaram-se a partir de meados de setembro, um mês e meio antes das eleições presidenciais de 31 de outubro, quando a oposição convocou manifestações de protesto, uma iniciativa que o porta-voz do Governo disse ter como objetivo "paralisar o país e que se caracterizam por violentos confrontos entre comunidades, munidas de pistolas, catanas e armas de fogo".

As declarações do porta-voz surgem no mesmo dia em que o Presidente reeleito se reuniu com o principal líder da oposição e antigo chefe de Estado, Henri Konan Bédié, num hotel em Abidjan para iniciar conversações que poderão levar ao fim da violência.

"Foi uma primeira reunião para quebrar o gelo e restaurar a confiança", disse Ouattara, no final do encontro, citado pela agência France-Presse.

"Conseguimos quebrar o muro de gelo e o muro de silêncio", acrescentou, por seu turno, Bédié, com ambos os responsáveis a prometerem mais encontros no futuro.

Na segunda-feira, o Conselho Constitucional da Costa do Marfim validou os resultados eleitorais de 31 de outubro, que deram a vitória ao chefe de Estado cessante, Alassane Ouattara, de 78 anos.

Ouattara foi reeleito à primeira volta para um terceiro mandato, considerado inconstitucional pela oposição, com 94,27% dos votos, numa eleição em que participaram cerca de 53% dos eleitores, boicotada pela oposição e marcada pela violência, de que resultaram já mais de 50 mortes.

A situação política e de segurança na Costa do Marfim continua tensa depois de a oposição ter afirmando não reconhecer os resultados das eleições e anunciado a criação de um Conselho de Transição, o que levou à detenção de vários opositores.

Os receios de uma escalada da violência permanecem no país, 10 anos após a crise pós-eleitoral de 2010-2011 que deixou 3.000 mortos, 300.000 refugiados e um milhão de pessoas deslocadas internamente, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

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