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ONG marroquina assinala "regresso do autoritarismo" após emergência

A Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH) lamentou hoje que o "estado de emergência sanitária", proclamado desde março para combater a covid-19, tenha assinalado "um aberto regresso do autoritarismo e do abuso da autoridade".

ONG marroquina assinala "regresso do autoritarismo" após emergência
Notícias ao Minuto

19:37 - 11/11/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Esta organização não-governamental (ONG), a mais importante do país magrebino com 91 delegações em todo o território, denunciou uma "inflação" dos aparatos do poder, na apresentação do seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em 2019 e durante a pandemia.

"A deterioração da situação dos direitos humanos durante a pandemia foi a mais grave e teve muito impacto sobre grande parte das camadas sociais".

A ONG lamentou a "improvisação" perante uma série de medidas durante o confinamento, dando como exemplo a obrigatoriedade de usar máscara sem que existissem em número suficiente no mercado e o "envio em massa" das forças de segurança para as ruas.

A AMDH também denunciou "a ampla campanha de detenções" contra pessoas acusadas de infringir o estado de emergência sanitária (quase 800 permanecem presas e mais de 126.000 perseguidas), e de publicarem informações falsas.

Por outro lado, a associação criticou a gestão sanitária da pandemia pelo Governo, que provocou um impacto sobre outro tipo de doenças crónicas "obrigadas a recorrer ao setor privado", lamentou Aziz Ghali, presidente da ONG.

Em simultâneo, considerou que os preços dos tratamentos relacionados com a covid-19 são muito dispendiosos.

"O teste PCR custa 700 dirhams (64 euros) e quando em países como Marrocos deveria custar 200 dirhams (18 euros), e o tratamento numa clínica durante uma semana pode atingir até 60.000 dirhams (5.500 euros). O setor privado faz o que quer sem qualquer controlo", denunciou.

Durante a sua última comparência no parlamento, em 02 de novembro, o ministro dos Direitos Humanos, Mustafa Ramid, considerou que a gestão das liberdades pelas autoridades públicas durante a pandemia foi "no geral aceitável".

O ministro defendeu o direito de alguns países em restringirem certas liberdades "para preservar o direito à vida", e sublinhou que as restrições devem "limitar-se ao necessário".

Marrocos regista até ao momento 265.165 casos de contágios, com 216.851 pessoas recuperadas e um total de 4.425 mortos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.275.113 mortos em mais de 51,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.103 pessoas dos 192.172 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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