Bolívia altera política externa e retoma relações com Irão e Venezuela
O Governo do Presidente boliviano, Luis Arce, alterou hoje a política externa do país em relação à antecessora, Janine Áñez, ao retomar as relações com Irão e Venezuela, naquele que foi o primeiro ato diplomático do novo executivo.
© Getty Images
Mundo Bolívia
Numa cerimónia na praça Murilo de La Paz, que acolhe as sedes dos poderes executivo e legislativo do país, os novos embaixadores do Irão e da Venezuela apresentaram as respetivas cartas credenciais ao novo chefe de Estado boliviano.
Em audiências separadas, os novos embaixadores do Irão, Mortessa Tabreshi, e da Venezuela, Alexander Yáñez, chegaram ao antigo Palácio do Governo no meio de honras militares, tendo entregado as cartas credenciais ao novo Presidente e respetivo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rogélio Mayta.
As relações da Bolívia com o Irão foram interrompidas em junho passado, quando Áñez anunciou o encerramento da missão diplomática boliviana em Teerão, sob o argumento de uma redistribuição orçamental, direcionando os montantes para a luta contra o novo coronavírus, o que também afetou a relação com Cuba.
A decisão foi tomada mesmo apesar de as autoridades de La Paz e de Teerão terem assinado mais de uma dezena de acordos em áreas como a saúde, defesa, investigação, minas e cooperação industrial durante o mandato do ex-Presidente boliviano Evo Morales.
O caso da Venezuela foi particular, uma vez que o novo governo boliviano decidiu reconhecer o embaixador Yañez apesar de, há pouco mais de duas semanas, a ex-Presidente interina boliviana ter atribuído distinções diplomáticas a José Cumare, enviado pelo líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó.
Áñes assumiu a decisão dois dias depois das recentes eleições gerais na Bolívia e quando já se sabia que Arce, do Movimento para o Socialismo (MAS), de Morales, já tinha assegurado a vitória, com mais de 50% dos votos.
As relações com entre a Bolívia e a Venezuela estavam suspensas desde novembro de 2019, quando uma disposição da administração interina, liderada por Áñes, ordenou a expulsão dos diplomatas venezuelanos.
A expulsão ocorreu no meio de acusações de suposta intromissão nos assuntos internos bolivianos, atentados contra a segurança interna e violações das normas diplomáticas da parte da então missão venezuelana.
Tal como os casos do Irão e da Venezuela, La Paz tem pendente o regresso dos embaixadores do México e de Espanha, depois de várias fricções diplomáticas durante o anterior governo interino.
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