"A partida de um irmão, de um amigo, do grande lutador Saeb Erakat é uma grande perda para a Palestina e para o nosso povo e estamos profundamente tristes", disse Abbas num comunicado, ao anunciar um luto de três dias pela morte do secretário-geral da OLP.
"A Palestina perde hoje um líder patriótico, um grande lutador que desempenhou um papel crucial para levantar a bandeira da Palestina", acrescentou Abbas, observando a contribuição de Erakat para as negociações que levaram aos Acordos de Oslo, na década de 1990, entre Israel e os palestinianos.
O enviado da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, também prestou homenagem hoje a Saeb Erakat.
"Você permaneceu convencido de que Israel e a Palestina poderiam viver em paz, nunca desistiu das negociações e tinha orgulho do seu povo. Nós sentiremos a sua falta, meu amigo", escreveu Mladenov numa mensagem publicada na rede social Twitter.
O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, morreu hoje, aos 65 anos, devido à covid-19, disse a Presidência palestiniana à agência de notícias AFP.
"Saeb Erekat morreu no Hospital Hadassah Eib Kerem", em Jerusalém, onde foi internado em 18 de outubro, disse a fonte.
O político, uma das personalidades palestinianas mais conhecidas, sofria de fibrose pulmonar e foi submetido a um transplante de pulmão em 2017 nos Estados Unidos.
Erekat vivia na cidade de Jericó, na Cisjordânia, território ocupado por Israel.
Próximo do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, como o foi do líder anterior Yasser Arafat, participou como principal negociador nas negociações de paz com Israel.
Erekat esteve envolvido em quase todas as rondas de negociações de paz entre Israel e os palestinianos desde a histórica conferência de Madrid em 1991, quando apareceu vestido com um 'keffiyeh' (espécie de lenço) xadrez preto e branco, símbolo do nacionalismo palestiniano.
Nas décadas seguintes, Erekat foi uma presença constante nos 'media' ocidentais, defendendo incansavelmente uma solução negociada de dois Estados para o conflito de décadas, defendeu ainda a liderança palestiniana e culpou Israel pelo fracasso em chegar a um acordo.
A Palestina tem mais 58 mil casos de infeção pelo novo coronavírus, mais de 50 mil recuperados e mais de 520 mortes devido à covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.255.803 mortos em mais de 50,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.