Bashar al-Assad define como "prioridade" o regresso dos refugiados
O Presidente sírio Bashar al-Assad considerou hoje que o regresso dos refugiados constitui "uma prioridade", durante um contacto com o homólogo russo Vladimir Putin, a dois dias de uma conferência sobre refugiados organizada por Damasco com apoio de Moscovo.
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Mundo Síria
O conflito sírio, iniciado em 2011, implicou que mais de metade da população síria de antes da guerra fosse forçada ao exílio ou a abandonar os seus locais de origem, com mais de 5,5 milhões a refugiarem-se no estrangeiro, em particular nos países vizinhos, indica o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (HCR).
O regresso dos refugiados será "a prioridade número um para a etapa seguinte, sobretudo pelo facto de grande parte do território estar libertada e decorrerem cada vez menos combates, mesmo se ainda exista terrorismo", afirmou Al-Assad num vídeo divulgado na página da Presidência síria na rede social Facebook.
Damasco organiza em 11 e 12 de novembro uma conferência sobre o regresso dos refugiados, com o apoio de Moscovo, aliado indefetível do regime de Al-Assad e que desde há vários anos tenta obter apoio internacional no processo de reconstrução da Síria.
A ONU está presente na conferência como observador e o Líbano, país vizinho que disse acolher 1,5 milhões de refugiados sírios, será representado pelo seu ministro dos Assuntos sociais. Ainda não foi divulgada a presença de outros eventuais participantes.
Os países ocidentais condicionam qualquer ajuda à reconstrução a uma resolução política do conflito na Síria, enquanto as organizações não-governamentais (ONG) consideram que as condições não são propícias a um regresso em massa dos refugiados, mesmo que os combates tenham baixado de intensidade desde há um ano.
No entanto, para o Presidente sírio, o "maior obstáculo" ao regresso dos refugiados "para além do terrorismo que persiste em certas regiões (...) é o bloqueio imposto à Síria", numa referência às sanções impostas em particular pelos Estados Unidos.
Al-Assad exprimiu a esperança que os esforços de Moscovo posso "atenuar ou terminar este bloqueio", sublinhando que para o regresso dos refugiados é necessário "assegurar as necessidades de base (...) como água, eletricidade, escolas (...) e o relançamento económico".
A Síria atravessa uma das mais graves crises económicas e sociais da sua história, assinalada por uma queda abrupta da sua moeda nacional e um desemprego e pauperização em larga escala.
O regime de Damasco, que controla atualmente mais de 70% do território do país do Médio Oriente após diversas ofensivas militares apoiadas por Moscovo, está submetido a sanções norte-americanas e europeias que têm sido agravadas ao longo dos anos.
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