Palestiniano Maher al-Akhras acaba com greve de fome de mais de 100 dias
O palestiniano Maher al-Akhras, detido há quase quatro meses em Israel, decidiu hoje acabar com a sua greve de fome de mais de 100 dias, após um "acordo" com as autoridades israelitas para a sua libertação.
© Getty Images
Mundo Israel
Num vídeo, divulgado na rede social Facebook pelo deputado árabe israelita Ahmed Tibi, vê-se o prisioneiro a fazer o V de vitória na sua cama no hospital, rodeado da mulher e de políticos árabes israelitas para anunciar o fim da greve.
"Após 103 dias de greve de fome, o meu marido decidiu acabar com a sua greve de fome", disse a mulher, Taghrid Al-Akhras, à agência France-Press.
Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma organização não-governamental que acompanha o caso, o fim da greve ocorre após um acordo com as autoridades israelitas, prevendo que não seja renovada a detenção administrativa de Maher al-Akhras e, portanto, que este seja libertado a 26 de novembro.
Até essa data, o homem de 49 anos ficará hospitalizado, indicou a família, uma informação confirmada por uma porta-voz do hospital Kaplan, perto de Telavive, onde se encontra.
Detido no final de julho pelas forças israelitas na sua casa no norte da Cisjordânia ocupada, Maher al-Akhras é suspeito de ser um membro da Jihad Islâmica, grupo armado palestiniano considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
A greve de fome era um protesto contra a sua detenção, considerada arbitrária.
Pouco depois de ser preso, Maher al-Akhras foi colocado em detenção "administrativa", disposição controversa que permite a Israel deter palestinianos sem acusação nem julgamento por períodos renováveis até um máximo de seis meses.
Antes, Taghrid Al-Akhras tinha indicado à AFP que o marido apenas bebia água e que sofria de "fortes dores de cabeça e cãibras", tendo "dificuldade em expressar-se". "Está a morrer lentamente diante dos meus olhos e eu não posso fazer nada", lamentou.
O caso deste agricultor e pai de seis crianças foi criticado pela ONU e por algumas organizações não-governamentais e causou emoção nos territórios palestinianos e entre os árabes israelitas.
Ayman Odeh, líder da "Lista Unida" dos partidos árabes israelitas, alertou na quinta-feira no parlamento que "a deterioração da saúde de Maher al-Akhras pode levar a violência".
Os advogados do grevista pediram várias vezes, sem sucesso, a sua libertação ou hospitalização num estabelecimento palestiniano.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelitas indicou hoje que Israel estava "a fazer tudo o que pode para garantir a saúde" de Maher al-Akhras, mas adiantou que as greves de fome eram "utilizadas" para "fins políticos por terroristas".
Segundo a organização israelita de defesa dos direitos humanos B'Tselem, cerca de 350 palestinianos, incluindo dois menores, encontravam-se em "detenção administrativa" no final de agosto.
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