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Tunísia abre inquérito sobre 300 contentores com detritos de Itália

O Ministério do Ambiente tunisino decidiu instaurar um inquérito administrativo após a chegada à Tunísia de 282 contentores de detritos provenientes de Itália, um caso que está a suscitar um escândalo no país magrebino.

Tunísia abre inquérito sobre 300 contentores com detritos de Itália
Notícias ao Minuto

19:07 - 05/11/20 por Lusa

Mundo Tunísia

A alfândega do porto de Sousse, uma estação balnear do leste da Tunísia, confiscou em junho e julho 70 "grandes" contentores e de seguida outros 212, todos repletos com detritos importados por uma empresa privada tunisina, indicou hoje à agência noticiosa AFO Bechir Yahya, diretor da Agência nacional de gestão dos detritos (ANGED).

Esta empresa, que não foi identificada, obteve em maio a autorização da ANGED para efetuar a reciclagem de produtos plásticos pós-industriais, acrescentou.

No entanto, os serviços alfandegários descobriram que os detritos não correspondem às autorizações concedidas. Os serviços ministeriais competentes foram informados e proibiram a entrada dos contentores em território tunisino, precisou Yahya, indicando que o Ministério do Ambiente tinha decido instaurar na terça-feira um inquérito administrativo.

"Estes contentores estavam repletos de detritos caseiros, o que é proibido. Por outro lado, a empresa não possuía qualquer autorização para gerir este género de detritos", afirmou Hedi Chebili, diretor-geral do Ambiente e da Qualidade de Vida no mesmo ministério.

"Esta atividade não respeita a legislação nacional nem as convenções internacionais", assinalou.

Em julho, as autoridades tunisinas decidiram reenviar estes contentores para Itália, mas pelo facto de estarem apreendidos pela alfândega ainda permanecem no porto de Sousse, afirmaram Yahya e Chebili.

"Trata-se de um crime ambiental punido por lei", revelou à AFP o ambientalista Adel Hentati, conselheiro de organizações não-governamentais especializadas na proteção do ambiente na Tunísia.

Este caso foi revelado pela cadeia televisiva privada El-Hiwar Ettounsi, muito popular na Tunísia, e suscitou a revolta de numerosos tunisinos que manifestaram nas redes sociais a recusa que a Tunísia seja "o caixote do lixo da Itália".

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