Alemanha pede resposta da UE e internacional para terrorismo 'jihadista'
O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, pediu hoje uma resposta "internacional", especialmente no âmbito da União Europeia (UE), para o terrorismo 'jihadista', após a última série de ataques em território europeu.
© Getty Images
Mundo Terrorismo
"É um fenómeno europeu e global. Por isso, é necessário trabalhar a nível internacional, especialmente na UE", disse Seehofer, num discurso realizado no Bundestag (câmara baixa do parlamento).
É "uma ilusão" pensar que se pode agir com eficácia a nível nacional contra redes internacionais de "terrorismo bárbaro", acrescentou.
"Só juntos podemos cortar as asas dos terroristas e dos seus cúmplices", sublinhou.
Por isso, Seehofer adiantou que, na próxima reunião de ministros do Interior da União Europeia - marcada para 13 de novembro -, e aproveitando a presidência rotativa alemã do Conselho Europeu, será incluído na agenda, além da reforma do sistema comum de asilo, o "estado de segurança" no bloco.
As áreas-chave serão "a cooperação e a troca de informações", referiu ainda.
Segundo Seehofer, a "luta contra o terrorismo" não é "contra o Islão, mas contra fanáticos extremistas dispostos a usar violência", aludindo assim a uma polémica recente sobre a adequação da religião muçulmana à Europa na sequência dos últimos ataques.
O ministro acrescentou que a situação de risco "é elevada" também na Alemanha e "é preciso estar sempre alerta para a possibilidade de um ataque terrorista".
Atualmente, referiu ainda, as forças de segurança identificaram 615 islâmicos no país como "perigosos".
As declarações do ministro alemão foram feitas poucas horas depois de a Áustria, os Países Baixos, a Suécia, a Dinamarca e Finlândia terem pedido à UE que melhore a luta contra o terrorismo, na sequência do ataque islamita que causou quatro mortes em Viena.
Numa reunião realizada em Viena, os ministros para a Europa e dos Negócios Estrangeiros dos cinco estados exigiram também "uma ação conjunta da UE" para "acabar com o financiamento oculto de organizações civis e religiosas que têm impacto negativo na sociedade".
Num documento com as conclusões finais da reunião, a que teve acesso a agência austríaca de notícias APA, é pedida a "intensificação da cooperação a nível da UE" em vários domínios para melhorar a segurança, incluindo a monitorização de fluxos suspeitos de dinheiro.
É ainda pedida uma cooperação melhorada entre as forças de segurança para partilhar informações sobre pessoas que regressem de zonas de conflito e dados sobre extremistas considerados uma ameaça.
O ataque em Viena foi cometido por um jovem de 20 anos de nacionalidade austríaca e da Macedónia do Norte -- abatido poucos minutos após o ataque - e que já tinha sido condenado por querer ingressar no grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) na Síria.
O grupo terrorista assumiu a responsabilidade pelo ataque num dos seus canais de propaganda.
A Europa foi ainda alvo de outros ataques terroristas nos últimos dias, tendo um professor francês sido assassinado e decapitado, perto de Paris, por ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão, e três pessoas sido mortas perto de uma igreja católica em Nice, também em França.
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