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EUA aprovam venda de quatro 'drones' a Taiwan por tensões com a China

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira a venda de quatro drones MQ-9 'Reaper' a Taiwan por 600 milhões de euros, para fortalecer a defesa daquela ilha, por causa das tensões cada vez maiores com Pequim.

EUA aprovam venda de quatro 'drones' a Taiwan por tensões com a China
Notícias ao Minuto

06:01 - 04/11/20 por Lusa

Mundo EUA

De acordo com um comunicado do Departamento de Estado, citado pela agência France-Presse (AFP), se a venda se concretizar, Taiwan poderá "modernizar as suas Forças Armadas" e conseguirá manter as "capacidades de defesa".

Esta é a terceira grande venda de armas para Taiwan que o executivo liderado pelo republicano Donald Trump aprova em menos de três semanas, cujo valor total de aquisição de armamento possível ascende aos 4,8 mil milhões de dólares (mais de quatro mil milhões de euros).

Esta última tranche inclui, além dos quatro drones, duas estações fixas para controlar os equipamentos a partir do solo e duas outras estações móveis, sistemas de mira, radares e sistemas de imagem destinados a missões de reconhecimento.

A beneficiário deste contrato é o grupo de defesa norte-americano General Atomics.

Washington cortou as relações diplomáticas com Taipei em 1979, mas os Estados Unidos aprovaram uma lei no mesmo ano que dizia que deveriam ajudar Taiwan a se defender em caso de conflito.

A China prometeu, em 27 de outubro, uma retaliação "legítima e necessária" para "proteger a sua soberania e interesses de segurança", depois de Washington ter anunciado a venda de 100 sistemas de defesa marítima Harpoon e 400 mísseis a Taiwan.

"A China insta os Estados Unidos a cessarem todas as suas vendas de armas a Taiwan. Reservamo-nos o direito de adotar retaliações legítimas e necessárias, para proteger a nossa soberania e interesses de segurança", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin.

O Governo de Donald Trump notificou o Congresso dos Estados Unidos sobre esta venda - que inclui 400 mísseis de superfície RGM-84L-4 Harpoon Block II - para aprovação.

O negócio está avaliado em 2,37 mil milhões dólares (2 mil milhões de euros).

Além dos sistemas de defesa costeira Harpoon e 400 mísseis RGM-84L-4 Harpoon Block II adicionais, a nova venda inclui quatro mísseis RTM-84L-4 Harpoon Block II e 25 camiões de radar.

A esta venda junta-se uma outra no valor de 1.800 milhões de dólares (1.519 milhões de euros), anunciada na semana passada, para três lotes de armas que incluem mísseis SLAM-ER e unidades HIMARS, um sistema ligeiro de lançamento de mísseis múltiplos.

A China anunciou já sanções contra os fabricantes norte-americanos Lockheed Martin, Boeing Defense e Raytheon.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan expressou o seu "mais profundo pesar" pelas "ameaças de Pequim".

"Taiwan está a trabalhar para manter a paz e a estabilidade na região", apontou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joanne Ou, na segunda-feira, em comunicado.

A porta-voz disse que o negócio é uma "resposta à pressão da China".

Taipé garante que, em outubro, "pelo menos 19 aeronaves militares chinesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ)" e que, "em setembro, caças J-16 chineses cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan ou entraram no ADIZ de Taiwan".

O jornal South China Morning Post de Hong Kong assegurou recentemente que "Pequim está a avançar com a militarização da sua costa sudeste para se preparar para uma possível invasão de Taiwan".

O jornal citou fontes não identificadas do Exército de Libertação Popular, as forças armadas do país, que afirmaram terem já sido instalados mísseis hipersónicos de meio alcance DF-17 na região.

China e Taiwan separaram-se em 1949, depois de as forças nacionalistas terem fugido para a ilha, após a derrota na guerra civil chinesa contra os comunistas.

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