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EUA/Eleições: Partidos destacam militância na Pensilvânia

Presidentes dos dois grandes partidos políticos nos Estados Unidos, Republicano e Democrata, consideraram à Lusa, na Pensilvânia, que o empenho dos apoiantes é muito intenso para as eleições de 03 de novembro, porque liberdades e tradições "estão em jogo".

EUA/Eleições: Partidos destacam militância na Pensilvânia
Notícias ao Minuto

19:55 - 01/11/20 por Lusa

Mundo EUA/Eleições

A presidente do partido Republicano no condado de Centre, na Pensilvânia, Kristine Eng, considerou à agência Lusa que este ano os norte-americanos estão mais participativos em ações de campanha e até é "complicado gerir toda a gente".

Segundo a responsável republicana, os eleitores são "apaixonados pelo país, liberdades, direitos e pelas tradições que a América sempre defendeu e com que sempre viveu".

"Eles sentem que tudo isso está em jogo", disse Kristine Eng, considerando que este ano não foi muito difícil atrair pessoas para interagirem e participarem nas eleições, porque se trata de um momento muito importante para o país.

A presidente do partido Democrata no condado de Dauphin, Rogette Harris, acredita que "quem vencer na Pensilvânia vence a Presidência", numa eleição que deverá ter grande participação e ser muito renhida.

As eleições de 03 de novembro opõem o atual Presidente, Donald Trump, do partido Republicano, a Joe Biden, do partido Democrata, mas os cidadãos da Pensilvânia em mais de 60 condados têm de escolher também candidatos ao Senado, Câmara de Representantes e Assembleia estaduais, que reúnem na capital do Estado, Harrisburg.

Para o partido Democrata "é ótimo" ser o partido do Presidente, mas "não há nenhum benefício se vencer a Presidência e perder os outros lugares".

Os dois partidos estão muito afastados e hostis principalmente desde a eleição de Donald Trump em 2016.

Kristine Eng, do partido Republicano, considerou que "são impressionantes o ódio, os nomes que te chamam, os gestos" e disse conhecer um advogado que teve uma batalha judicial contra o partido Democrata e foi, recentemente, alvo de ameaças de morte e teve sair da Pensilvânia, junto com a família.

A Lusa esteve nos escritórios dos dois partidos em Harrisburg e em State College, na Pensilvânia, em pequenos prédios de escritórios.

As salas e gabinetes parecem ainda mais apertados com a quantidade de objetos de propaganda encostados às paredes, como bandeiras e cartazes, ou espalhados nas mesas, como bonés, camisolas, máscaras, lápis, canetas e canecas com o nome e cara dos candidatos.

Alguns produtos têm preços fixos, outros são grátis e podem ser levados por cidadãos que podem entrar nos escritórios, escolher algo para levar e deixar um donativo em dinheiro.

As formas de trabalho e de campanha alteraram-se este ano, por causa da pandemia de covid-19, mas no geral, os dois partidos tentaram reforçar o número de chamadas telefónicas para sensibilizar eleitores a votar ('phone banking') e a distribuição de panfletos informativos por correio ou à porta das casas ('lit drop').

No condado de Dauphin, o partido Democrata tomou a decisão de não organizar de forma central nenhuma ação presencial de 'canvassing' (angariação de votos), como bater às portas, falar com pessoas que estão em casa, fazer eventos comunitários ou dentro de escolas, mas foram os próprios candidatos a cargos políticos e voluntários a criarem iniciativas, por responsabilidade própria.

"Apesar de as campanhas saírem e tentarem angariar votos agora, foram perdidos basicamente dez meses", disse Rogette Harris, com o cancelamento de eventos presenciais desde que a pandemia de covid-19 atingiu os Estados Unidos, entre janeiro e fevereiro.

Acrescentam-se também reuniões virtuais das comunidades com os candidatos a cargos locais ('town halls') e o envio de postais aos eleitores, uma opção que tem resultado num grande número de telefonemas interessados.

O partido Republicano no condado Centre, disse Kristine Eng, seguiu os mesmos moldes e acrescentou 'pop-up rallies', eventos surpresa combinados num grupo privado e que aparecem em locais não anunciados, para juntar as pessoas que se encontram perto.

O dinheiro também tem sido canalizado de outra forma do que noutros anos, considerou Rogette Harris, acrescentando que este ano se viram quantias "absurdas" gastas em correios, publicidade na televisão e anúncios na rádio, "a única maneira de chegar às pessoas se não conseguir falar com elas".

Segundo dados oficiais da Pensilvânia, o Estado tem perto de 9,1 milhões de eleitores, sendo 46,5% afiliados do partido Democrata e 39% afiliados do partido Republicano.

Mais de 911 mil eleitores da Pensilvânia declaram ser independentes, sem nenhuma afiliação política, e são esses os principais alvos que os dois partidos tentam convencer nestas eleições.

Rogette Harris disse que o partido Democrata "tem vantagem no número de eleitores registados, mas eles nem sempre votam" e por isso fizeram-se mais esforços para "transmitir a mensagem" e "fazer as pessoas votar".

Segundo o Projeto Eleições, dos Estados Unidos, mais 2,3 milhões de pessoas votaram antecipadamente na Pensilvânia.

O Estado, que na história recente tem feito mudanças de poder entre partido Republicano e Democrata, é considerado um 'campo de batalha' e um 'swing state' para esta eleição.

As eleições presidenciais nos EUA são decididas pelos votos no Colégio Eleitoral, constituído por 538 "grandes eleitores" dos 50 estados norte-americanos, que são obrigados a dar o voto no candidato mais escolhido pelos cidadãos locais no ato eleitoral.

Devido à quantidade de habitantes população, o Estado da Pensilvânia é representado por 20 grandes eleitores, o que torna esta região numa prioridade para os candidatos presidenciais, que precisam de mais de 270 votos do Colégio Eleitoral para vencer as eleições.

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