Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Presidente da RDCongo expressa "profundo pesar" pela morte de Dokolo

O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, expressou hoje "o seu profundo pesar" pela morte do empresário congolês Sindika Dokolo, que morreu na quinta-feira, no Dubai.

Presidente da RDCongo expressa "profundo pesar" pela morte de Dokolo
Notícias ao Minuto

22:33 - 30/10/20 por Lusa

Mundo Sindika Dokolo

"Informado da morte brutal de Sindika Dokolo, sua excelência o Presidente da República, Félix-Antoine Tshisekedi Tshilombo, expressa o seu profundo pesar e toda a sua compaixão à esposa do ilustre falecido [a empresária angolana Isabel dos Santos], aos órfãos e a toda a sua família", refere uma publicação da Presidência da RDCongo na plataforma Twitter.

Sindika Dokolo morreu quinta-feira no Dubai, enquanto praticava mergulho.

Nascido no antigo Zaire, a 16 de maio de 1972 (atual República Democrática do Congo) Sindika Dokolo frequentou o liceu Saint Louis de Gonzague, em Paris, e prosseguiu os estudos na Universidade Paris Vi Pierre et Marie Curie, iniciando a sua coleção de arte quando tinha 15 anos.

Em outubro do ano passado, a sua Fundação comprou e repatriou para Angola 20 peças de arte que tinham sido levadas de museus angolanos para coleções estrangeiras e preparou-se para entregar ao museu de Kinshasa a primeira peça congolesa recuperada, segundo uma entrevista concedida na altura à agência Lusa.

Em Portugal, a Fundação adquiriu a casa do cineasta português Manoel de Oliveira, no Porto, mas, até ao momento, o espaço permanece por dinamizar.

Crítico dos quase 20 anos do regime do Presidente Joseph Kabila na República Democrática do Congo, Sindika Dokolo esteve cerca de cinco anos no exílio, devido aos processos movidos contra si em Kinshasa, tendo regressado apenas em maio de 2019, já depois da chegada ao poder de Félix Tshisekedi, que tomou posse como chefe de Estado congolês em janeiro.

Em fevereiro de 2016, ainda com José Eduardo dos Santos nas funções de Presidente em Angola, a Fundação Sindika Dokolo entregou ao chefe de Estado, no Palácio Presidencial, em Luanda, duas máscaras e uma estatueta do povo Tchokwe (leste de Angola), que tinham sido saqueadas durante o conflito armado, recuperadas após vários anos de negociação com colecionadores europeus.

Tal como Isabel dos Santos, os negócios de Sindika Dokolo estavam a ser investigados pela justiça angolana, na sequência das revelações do Consórcio Internacional de Jornalistas que ficaram conhecidas como "Luanda Leaks".

Sindika Dokolo e a mulher são suspeitos de terem lesado o Estado angolano em milhões de dólares e foram alvo de arresto de bens e participações sociais em empresas, em dezembro do ano passado, por determinação do Tribunal Provincial de Luanda.

Além da justiça angolana, Sindika Dokolo estava também na mira das autoridades holandesas, que abriram uma investigação sobre a Exem Energy, sociedade através da qual Sindika Dokolo e Isabel dos Santos são donos de uma posição indireta de 6% na Galp Energia.

Numa entrevista concedida em junho à rádio angolana MFM, Sindika Dokolo afirmava que Isabel dos Santos era "vítima de perseguição política" e garantia que o facto de se ter casado com a filha do ex-Chefe de Estado angolano não lhe permitiu aceder a facilidades aos negócios.

Assumiu ainda que o casal estaria a tentar negociar com as autoridades angolanas um acordo para pôr fim aos processos de que são alvo.

A 29 de janeiro de 2020, a De Grisogono, empresa de joias de Sindika Doikolo anunciou que entrou em falência, depois de não ter conseguido encontrar um comprador.

Entre os processos investigados em Angola está o financiamento com dinheiros públicos da empresa pública de diamantes, Sodiam (200 milhões de dólares, 180 milhões de euros] para a compra da joalharia.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou, no dia de 19 de janeiro, mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório