"Estamos a tentar identificar as pessoas envolvidas no assassínio e detê-las. Estamos a preparar vários casos por assassínio, incêndio criminoso e ataques à polícia", disse Abida Sultana, superintendente de polícia do distrito de Lalmonirhat, no norte do país.
O incidente ocorreu na tarde de quinta-feira, quando a vítima, com cerca de 40 anos e que segundo as autoridades sofria de problemas mentais, Shahidunnabi Jewel, foi com um amigo a uma mesquita local, segundo a polícia.
Jewel, que segundo a polícia era muçulmano e trabalhava como bibliotecário num estabelecimento público, identificou-se como membro das forças de segurança e pediu para inspecionar a mesquita em busca de armas ilegais.
A disputa começou quando, ao passar por um armário, terá colocado o pé ao lado de vários exemplares do Corão localizados numa prateleira.
"Havia vários Corões no compartimento abaixo, onde ele colocou o pé. Foi recriminado pelos fiéis por manter o pé ao lado do Corão e foi aí que começou a confusão", disse o superintendente de polícia.
Uma oficial local protegeu Jewel e o amigo num escritório próximo e as forças de segurança chegaram pouco depois, mas as autoridades não conseguiram evitar que uma grande multidão matasse Jewel e arrastasse o corpo e lhe ateasse fogo.
Difamar o islão ou Maomé é um assunto muito delicado nesta nação asiática de maioria muçulmana, onde acusações semelhantes levaram a linchamentos e tumultos no passado.
Pelo menos quatro pessoas foram mortas e 47 outras ficaram feridas num protesto no sul de Bangladesh em outubro do ano passado em confrontos com a polícia devido a uma publicação no Facebook, feita por um homem de fé hindu, que supostamente terá desrespeitado o fundador do Islão.