Países árabes condenam atentado de Nice e separam-no do Islão
Vários países árabes, entre eles a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Jordânia, condenaram vivamente o atentado ocorrido hoje numa igreja em Nice, no sul de França, e separaram-no dos valores do Islão.
© Reuters
Mundo Terrorismo
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita condenou "energicamente" o "ataque terrorista", que provocou três mortes, e destacou que os atos extremistas são contrários a todas as religiões e credos".
"Recordamos a importância de rejeitar tais práticas que geram ódio, violência e extremismo", lê-se na nota.
Também num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito rejeitou "categoricamente" o atentado em França, o terceiro em pouco mais de um mês, e sustentou que os ataques terroristas "contradizem os ensinamentos de todas as religiões".
Em diferentes comunicados de idênticos departamentos governamentais, os mesmos argumentos e posições foram manifestados pelos EAU, Qatar e Bahrein, que também condenaram o ataque, salientando que rejeitam "todas as formas de violência, extremismo e terrorismo, quaisquer que sejam os motivos".
Idêntica mensagem deixou também o Presidente do Líbano, Michel Aun, na rede social Twitter.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait lamentou o atentado e sublinhou a necessidade de "duplicar os esforços internacionais" para rejeitar qualquer prática de gere o ódio entre os povos e alimente o extremismo e o terrorismo.
"O terrorismo é um inimigo comum que nada tem a ver com uma religião específica e vai contra os valores da vida e da paz que representam a religião islâmica", assinalou, por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia.
Por outro lado, o Al Azhar, instituição sunita de referência no Médio Oriente, e a Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), integrada por 57 países, advertiram para o risco de uma "escalada nos discursos de violência e ódio" no dia em que os países muçulmanos celebram o aniversário do profeta Maomé.
Em Marrocos, o Conselho Superior dos Ulemás, a máxima instância religiosa abaixo do rei, ordenou hoje aos imãs que evitem nos sermões de sexta-feira a questão das caricaturas de Maomé, que estão a provocar grande controvérsia no mundo árabe.
Nos últimos dias têm-se multiplicado reações do mundo muçulmano contra a França e o seu Presidente, depois de Emmanuel Macron ter declarado que continuaria a defender a liberdade de expressão, incluindo a publicação de caricaturas, durante uma homenagem nacional a um professor.
O professor, Samuel Paty, foi decapitado a 16 deste mês na região parisiense depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
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