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Zimbabué. Partido diz que SADC deve ajudar a travar terrorismo

O partido que suporta o Governo do Zimbabué defendeu hoje uma intervenção da Comunidade de DEsenvolvimento da África Austral (SADC) para combater os ataques em Moçambique, afirmando que não devia ser o único a estar preparado para o conflito.

Zimbabué. Partido diz que SADC deve ajudar a travar terrorismo
Notícias ao Minuto

19:11 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

O partido Zanu-FP "sente que Moçambique não devia ter de lidar sozinho com uma ameaça regional e de segurança desta gravidade", disse o porta-voz, Patrick Chinamasa, em declarações aos jornalistas em Harare, citadas pela agência de informação financeira Bloomberg.

O bloco regional de 16 países devia invocar o seu pacto de defesa mútua, ao abrigo do qual qualquer ataque armado contra um Estado- membro deve ser respondido com uma ação coletiva, acrescentou o porta-voz, afirmando que o apelo de Moçambique à SADC tem, até agora, ficado sem resposta.

"O Zimbabué tem toda a capacidade para intervir em Moçambique, mas deve ser uma iniciativa da SADC e da União Africana", vincou o responsável.

No mês passado, os Estados Unidos solicitaram ao Zimbabué ajuda para combater os insurgentes no norte do país, um território repleto de recursos naturais e onde as petrolíferas, incluindo a Total e a Exxon Mobil, estão a planear investir quase 60 mil milhões de dólares, pouco mais de 51 mil milhões de euros, na exploração do gás natural.

"A hipocrisia dos EUA em pedirem ao Zimbabué para ajudar Moçambique quando têm implementadas sanções contra nós deixa-nos perplexos", disse o porta-voz do partido que sustenta o Governo, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros terá prometido ajuda em troca do levantamento das sanções, segundo a imprensa local citada pela Bloomberg.

O Zimbabué já interveio em Moçambique em várias ocasiões, nomeadamente quando a guerrilha afeta ao partido no poder usou o país como base para lançar ataques contra a então Rodésia, quando tinha um regime racista, nos anos 1970, e depois nos anos 1980, quando as tropas zimbabueanas intervieram contra a revolta de militantes da Renamo, lembra a Bloomberg.

O porta-voz do governo, questionado pela agência de informação financeira, escusou-se a comentar estas declarações.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de mil a 2.000 vítimas.

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