"Reparámos ao meio-dia em ponto [12:00 em Lisboa] que podíamos sair e entrar na minha concessão. Eles fizeram as malas sem aviso prévio, tal como chegaram há alguns dias", disse Cellou Dalein Diallo, que contesta a reeleição do Presidente cessante, Alpha Condé, e se declarou vitorioso naas eleições de 18 de outubro.

O opositor acrescentou que "agora resta" levantar o dispositivo semelhante na sede do seu partido, a UFDG, e na sua sede pessoal.

O levantamento do bloqueio ocorre no dia seguinte ao pedido nesse sentido feito às autoridades guineenses por mediadores da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana e das Nações Unidas.

Pela primeira vez em dias, as forças de segurança aliviaram hoje os imponentes dispositivos de segurança nos subúrbios, considerados favoráveis à oposição, de acordo com a agência AFP.

Agentes da polícia e da polícia militar em veículos de recolha, armados com armas e lança-granadas, ainda estavam presentes em cruzamentos em bairros como Bambéto, Cosa, Wanidara e Sonfonia. Mas o exército, que tinha sido destacado como um reforço, estava muito menos presente.

"Ficámos surpreendidos ao ver esta manhã que os soldados preposicionados no nosso setor tinham feito as malas", disse um residente de Sonfonia, Souleymane Bangoura.

O Governo guineense disse na segunda-feira à noite que 21 pessoas foram mortas na violência pós-eleitoral, incluindo membros das forças de segurança, enquanto a oposição disse que pelo menos 27 pessoas tinham sido mortas.

De acordo com os resultados provisórios anunciados no sábado pela comissão eleitoral (Céni), Diallo obteve 33,5% dos votos, contra 59,5% para o Presidente cessante Alpha Condé.

O líder da oposição, que pediu aos seus apoiantes que continuassem a luta até a sua vitória ser "reconhecida", também pretende recorrer destes resultados para o Tribunal Constitucional nos próximos dias.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, "tomou nota" da vitória anunciada por Alpha Condé numa declaração na terça-feira. Mas acrescentou que "subsistem dúvidas quanto à credibilidade do resultado, particularmente no que diz respeito ao relato das atas e à contagem final dos votos".

"Terão de ser respondidas no quadro de um diálogo inclusivo e da continuação do processo de validação previsto pela lei", disse.

A França também expressou hoje "preocupação" sobre a situação na Guiné, dizendo que as dúvidas sobre a credibilidade dos resultados deveriam ser "eliminadas de forma transparente".

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