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Empréstimos bancários em Angola caem de 27% para 4% este ano em Angola

A consultora Fitch Solutions considerou hoje que os empréstimos bancários em Angola vão crescer apenas 4%, abaixo dos 27% de crescimento no ano passado, devido à fraca procura e à relutância em financiar o fragilizado setor privado.

Empréstimos bancários em Angola caem de 27% para 4% este ano em Angola
Notícias ao Minuto

15:39 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Fitch

"Na Fitch Solutions, antevemos que o crescimento do crédito em Angola vá abrandar para 4%, face aos 26,9% registados em 2019, devido à fraca procura e à relutância dos bancos em aprovar novos empréstimos", lê-se numa nota sobre a previsão de evolução do setor bancário em Angola.

No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que "a degradação na qualidade dos ativos vai reduzir os lucros, ao passo que a forte depreciação cambial num contexto de forte exposição cambial no setor vai influenciar o capital dos bancos".

No relatório, a Fitch Solutions prevê uma aceleração do crescimento do crédito para 7% em 2021, bem como uma melhoria nos lucros, mas alerta que "a fraca procura de crédito das famílias e a fraca qualidade dos ativos vai continuar a colocar desafios ao setor bancário".

O crédito mal parado, isto é, os empréstimos que não são pagos pelos clientes, subiu de 32,7% em janeiro para 34,5% do total dos empréstimos num contexto de "quebra de rendimentos e de lucros empresariais, que pesaram na capacidade dos clientes pagarem as suas dívidas".

Isto, prevê a Fitch Solutions, vai fazer os bancos privilegiarem o setor público, mostrando relutância em emprestar ao setor privado.

A Fitch antevê uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola de 4% este ano, recuperando para um crescimento de 1,7% em 2021, sustentado no aumento do consumo privado e das exportações, mas ainda assim o crescimento da atividade bancária vai continuar abaixo da média de 9,2% registada entre 2012 e 2019.

"O crescimento do PIB vai continuar abaixo do crescimento da população, de 3,2%, o que significa que o PIB per capita continua a cair, e isto vai limitar a procura das famílias por crédito, e depois porque apesar de o crédito mal parado propicie a emissão de novos empréstimos, este tipo de empréstimos vai continuar perto ou acima de 30% do total, o que implica uma cautela acrescida por parte dos bancos", concluem os analistas.

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