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Queixa por responsável turco chamar "bastardos" a Charlie Hebdo

O Delegado Interministerial para a Luta contra o Racismo, Antissemitismo e Ódio LGBT em França assinalou à justiça a mensagem de um responsável turco qualificando o semanário satírico Charlie Hebdo de "bastardos", disse hoje à agência France Presse.

Queixa por responsável turco chamar "bastardos" a Charlie Hebdo
Notícias ao Minuto

12:50 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Justiça

A revista francesa tem na primeira página da sua última edição uma caricatura do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Numa mensagem divulgada na terça-feira à noite na rede social Twitter, o ministro delegado para a Cultura turco, Serdam Can, escreveu em francês: "@Charlie Hebdo_Vocês são bastardos..." e outros insultos.

"Há algo de vergonhoso no contexto atual marcado pelo julgamento do atentado à Charlie Hebdo (que começou em setembro) e pela tragédia do assassínio de Samuel Paty (professor decapitado a 16 de outubro) em por lenha na fogueira, ameaçando a equipa editorial da Charlie", disse Frederic Potier à AFP.

A revista satírica divulgou na terça-feira à noite nas redes sociais a primeira página do seu último número.

Sob o título "Erdogan -- Em privado ele é muito divertido", vê-se o Presidente turco sentado num sofá, de 't-shirt', roupa interior e bebida de lata na mão, enquanto levanta a saia de uma mulher com véu, que não usa roupa interior, e exclama: "Ai! O profeta".

Num contexto de tensão entre Paris e Ancara, a caricatura gerou forte reação na Turquia. O Governo turco anunciou ir responder com medidas "judiciais e diplomáticas" e a procuradoria de Ancara anunciou pouco depois a abertura de um inquérito contra responsáveis da Charlie Hebdo por "insulto ao chefe de Estado".

O Delegado Interministerial para a Luta contra o Racismo, Antissemitismo e Ódio LGBT (DILCRAH) em França também questionou a rede social norte-americana Twitter.

A mensagem "nauseabunda deste alto dignitário turco cumpre as vossas condições de utilização? A @DILCRAH vai recorrer à justiça. Não cederemos a essas tentativas de intimidação. #sempreCharlie", disse através da mesma rede social.

"Apelo amavelmente e firmemente ao Twitter para fazer respeitar as próprias regras", disse ainda à AFP.

A tensão entre Ancara e Paris tem vindo a crescer nos últimos dias, depois de Macron ter declarado apoio à liberdade de caricaturar o profeta Maomé, numa homenagem ao professor francês decapitado por um extremista islâmico por ter mostrado caricaturas daquele profeta numa aula.

Na segunda-feira, Erdogan apelou aos seus cidadãos para boicotarem os produtos franceses, dias depois de Paris ter chamado o seu embaixador na Turquia, após o presidente turco ter questionado a "saúde mental" do seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

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