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Exército da Nigéria admite presença de soldados em protesto com disparos

O exército da Nigéria admitiu que os seus soldados foram destacados para a Praça Lekki, em Lagos, onde na semana passada foram disparadas balas reais, matando vários manifestantes pacíficos que provocaram a indignação global.

Exército da Nigéria admite presença de soldados em protesto com disparos
Notícias ao Minuto

11:59 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Nigéria

Pelo menos 10 manifestantes foram mortos na Praça Lekki a 20 de outubro, de acordo com a Amnistia Internacional (AI).

O exército tinha insistido que as suas tropas não estavam no local do tiroteio, mas na terça-feira à noite um porta-voz militar, o major Osoba Olaniyi, inverteu essa posição, dizendo que os soldados tinham sido destacados para lá para impor um recolher obrigatório.

Negou, contudo, que as tropas tivessem disparado contra os manifestantes.

"Em nenhum momento os soldados do exército nigeriano abriram fogo sobre qualquer civil", disse Osoba Olaniyi numa declaração.

A admissão pelos militares da sua presença na praça surgiu após o governador do estado de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, ter dito que as imagens das câmaras de segurança mostravam soldados nigerianos na Praça Lekki, a disparar contra os manifestantes pacíficos.

Olaniyi disse que os soldados foram destacados sob ordens do Governo do estado de Lagos, mas o governador disse que o estado não tem autoridade sobre o exército nacional.

Muitos nigerianos questionam porque é que os soldados foram destacados para um protesto pacífico, no qual milhares se tinham reunido na Praça Lekki.

Um painel judicial começou na terça-feira a investigar o tiroteio, assim como alegados abusos contra a unidade da polícia, a Esquadra Especial SARS.

Uma ampla campanha #EndSARS irrompeu na Nigéria no início de outubro, após circular um vídeo a mostrar um homem a ser espancado, aparentemente por agentes da SARS.

Os protestos pacíficos e bem organizados perturbaram o tráfego em Lagos e em muitas outras cidades nigerianas. O Governo do Presidente Muhammadu Buhari concordou em dissolver a unidade da SARS, mas os protestos continuaram com os participantes a exigir reformas radicais da polícia e ações contra a corrupção.

Os manifestantes foram em grande parte pacíficos, mas vários foram mortos, segundo a Amnistia Internacional (AI), que acusou as autoridades de utilizarem força desnecessária.

No dia 20 de outubro, o Governo impôs um recolher obrigatório, ordenando a todos que ficassem em casa e nessa noite os tiroteios ocorreram na Praça Lekki. Nos dois dias seguintes os tumultos foram generalizados em Lagos.

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