Turquia condena caricatura de Erdogan e acusa jornal de racismo cultural

A Turquia condenou hoje a caricatura do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que será publicada na quarta-feira na capa do jornal Charlie Hebdo, acusando o título satírico francês de "racismo cultural".

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© Reuters

Lusa
27/10/2020 23:58 ‧ 27/10/2020 por Lusa

Mundo

Jornal satírico

 

"Condenamos este esforço absolutamente desprezível desta publicação para espalhar o seu racismo cultural e ódio", escreveu o principal assessor de imprensa do chefe de Estado turco, Fahrettin Altun, na rede social Twitter.

O representante turco associou a publicação deste cartoon sobre Erdogan ao "programa anti-muçulmano do Presidente francês Macron", numa referência ao recente plano de ação das autoridades francesas contra o "separatismo islâmico".

O cartoon, que foi hoje divulgado na Internet, mostra o Presidente Erdogan sentado num sofá, de t-shirt e de roupa interior, com uma bebida de lata numa mão. Com a outra mão, o líder turco está a levantar a saia de uma mulher com véu, que não usa roupa interior.

"Erdogan - No privado, ele é muito divertido" foi o título escolhido para a capa.

A publicação deste cartoon surge num momento de alta tensão entre o Presidente Emmanuel Macron e o seu homólogo turco.

Erdogan questionou recentemente a "saúde mental" de Macron devido à atitude deste em relação aos muçulmanos, declarações que levaram a França a chamar a Paris o seu embaixador na Turquia "para consultas".

Antes, Erdogan já tinha considerado uma provocação as declarações de Macron sobre o "separatismo islamita" e a necessidade de "estruturar o islão" em França.

Entretanto, na segunda-feira, Recep Tayyip Erdogan fez um apelo aos cidadãos turcos para que não comprem produtos franceses, como retaliação pelas medidas tomadas em França contra grupos islâmicos.

Este contencioso vem juntar-se a uma longa lista de disputas entre Macron e o seu homólogo turco, que incluem desde as tensões no leste do Mediterrâneo ao conflito na Líbia, passando pelos confrontos no enclave de Nagorno-Karabakh.

Em 2006, o Charlie Hebdo reproduziu cartoons sobre o profeta Maomé -- como outros jornais europeus -- para defender a liberdade de imprensa após a publicação desses mesmos desenhos por um diário dinamarquês, algo que provocou na altura a cólera de muitos muçulmanos.

O título satírico francês foi alvo em 2015 de um atentado 'jihadista' que fez 12 mortos, entre os quais estavam jornalistas e caricaturistas do jornal.

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