A missão da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana (UA) e das Nações Unidas (ONU) "exorta as autoridades guineenses a levantarem esta medida na perspetiva de um diálogo inclusivo", lê-se numa nota citada pela agência de notícias francesa, a AFP.

A declaração surge depois de oito dias de violência que se seguiram à reeleição do atual Presidente, que concorreu a novo mandato, Alpha Condé, e no dia seguinte a uma reunião com Diallo na sua residência, onde afirmou estar sequestrado pelas forças de segurança há vários dias.

O balanço da violência que irrompeu na Guiné-Conacri após as eleições de 18 de outubro subiu oficialmente, na segunda-feira, para 21 mortos, enquanto a contestação à reeleição do Presidente Alpha Condé continua a aumentar.

O ambiente em Conacri, na segunda-feira, permanecia tenso, mesmo depois de o apelo à realização de manifestações contra um terceiro mandato de Alpha Condé feito pela Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC) ter tido pouca adesão, devido ao receio que os eventuais participantes tiveram pela sua segurança.

Os emissários da ONU, da União Africana e da CEDEAO, chegados no domingo, prosseguiram os contactos com vários ministros, a comissão eleitoral e o corpo diplomático.

Também se dirigiram, ao final do dia, ao domicílio do chefe da oposição, Cellou Dalein Diallo, que se tinha declarado vencedor do escrutínio de domingo.

Uma conferência de imprensa da delegação prevista para segunda-feira à noite foi adiada para a manhã de hoje.

Segundo a Amnistia Internacional, as forças de segurança desde há uma semana que fazem um uso excessivo da força, disparando contra manifestantes com balas reais.

Segundo os resultados provisórios anunciados no sábado, pela comissão eleitoral (CENI), conde venceu as eleições com 59,5% dos votos, enquanto Diallo obteve 33,5%.

O chefe da oposição confirmou na segunda-feira a intenção de apresentar um recurso contra estes resultados, alegando fraudes massivas, perante o Tribunal Constitucional.