Conselho de Anciãos Muçulmanos anuncia ação judicial contra Charlie Hebdo

O Conselho de Anciãos Muçulmanos, sediado em Abu Dhabi, anunciou a sua intenção de processar a revista satírica Charlie Hebdo e "quem quer que ofenda o islão", numa altura em que a França defende a liberdade de publicar caricaturas.

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Lusa
27/10/2020 11:11 ‧ 27/10/2020 por Lusa

Mundo

Caricaturas

Este conselho, que reúne dignitários muçulmanos de diversos países, "decidiu constituir uma comissão de juristas internacionais para processar a Charlie Hebdo", indica uma mensagem divulgada na noite de segunda-feira para hoje na conta da rede social Twitter da instituição sunita Al-Azhar, sediada no Cairo.

O conselho, que é presidido pelo grande imã de Al-Azhar, afirma planear igualmente "processar quem quer que ofenda o islão e os seus símbolos sagrados".

O organismo "rejeita veementemente o uso da liberdade de expressão como pretexto para atacar o profeta Maomé", considerando que "a liberdade de expressão (...) deve respeitar os direitos dos outros e não deve permitir a utilização das religiões nas questões da política ou na propaganda eleitoral".

A questão das caricaturas sobre o profeta Maomé voltou à ordem do dia na sequência do assassínio de um professor francês por um radical islâmico, depois de o docente ter mostrado aquelas imagens numa aula sobre liberdade de expressão.

Numa homenagem a Samuel Paty, decapitado a 16 de outubro perto da escola onde lecionava, nos arredores de Paris, o Presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu não "renunciar às caricaturas", incluindo as de Maomé, cuja representação é proibida pelo islão.

As declarações de Macron desencadearam uma vaga de críticas em vários países muçulmanos, onde já ocorreram protestos, e em alguns foi lançada uma campanha de boicote aos produtos franceses.

A publicação de caricaturas de Maomé pela Charlie Hebdo esteve na origem de um atentado à revista em janeiro de 2015, que causou 12 mortos.

 

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