Paquistão convoca embaixador para protestar contra caricaturas de Maomé
As autoridades paquistanesas convocaram hoje o embaixador de França em Islamabad, Marc Baréty, para transmitir a sua preocupação sobre as caricaturas do profeta Maomé e as declarações do Presidente francês, Emmanuel Mácron, a este propósito.
© Getty Images
Mundo Maomé
"O embaixador francês foi convocado hoje para transmitir-lhe a nossa profunda preocupação com as caricaturas blasfemas do profeta", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Zahid Hafeez, à agência de notícias EFE.
A fonte indicou que um protesto foi entregue por escrito ao diplomata francês.
Em declarações ao canal local Geo hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Shah Mahmood Qureshi, disse que "o mundo inteiro está zangado com as caricaturas" e acusando diretamente Macron.
"Os comentários irresponsáveis do Presidente francês colocaram lenha na fogueira. Ninguém tem o direito de ferir os sentimentos de milhões de muçulmanos sob o pretexto da liberdade de expressão", disse Qureshi.
O ministro alertou que as "sementes do ódio" que agora estão a ser plantadas levarão a um aumento da "violência".
Emmanuel Macron afirmou, na homenagem nacional que foi prestada na Universidade da Sorbonne em 21 de outubro ao professor decapitado nos arredores de Paris, que a França "não abdicará das caricaturas".
As palavras de Qureshi apoiam as afirmações do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, que no domingo acusou Macron na rede social Twitter de "atacar e ferir os sentimentos de milhões de muçulmanos na Europa e em todo o mundo" por encorajar a publicação de caricaturas.
Khan também escreveu no domingo ao presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, para proibir o conteúdo islamofóbico nesta rede social, alertando que tais mensagens radicalizarão os muçulmanos.
Macron anunciou na semana passada uma série de medidas contra o islamismo radical após a decapitação do professor Samuel Paty - realizada um refugiado de origem russa e chechena de 18 anos que morreu baleado pela polícia em 16 de outubro, nos arredores de Paris -- morto por ter mostrado aos seus alunos polémicas caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aconselhou Macron a fazer uma "terapia mental" para as medidas que tomou contra o fundamentalismo islâmico em França.
O primeiro-ministro austríaco condenou hoje os insultos do Presidente turco e considerou que Ancara está cada vez mais a afastar-se dos valores da União Europeia.
"Condeno os insultos do Presidente Erdogan contra o Presidente Macron", disse hoje Sebastian Kurz numa mensagem publicada na rede social Twitter.
As críticas de Kurz juntam-se às de outros líderes da UE, como o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
A Presidência francesa considerou, na sexta-feira, "inaceitáveis" as declarações do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que questionou "a saúde mental" do seu homólogo francês, Emmanuel Macron, devido à atitude deste em relação aos muçulmanos.
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