"Acusam-nos por apoiar os nossos irmãos do Azerbaijão que defendem a sua terra. Há norte-americanos que ligam ao meu irmão Ilham (Aliev, presidente azeri) para lhe dizer: 'Sabemos quem o apoia: é Erdogan. Imporemos sanções à Turquia se for necessário'", disse o presidente turco num discurso na cidade de Malatya, transmitido pela televisão.
"Bem, não sabe com quem se está a meter. Imponha as sanções que quiser, não demore", desafiou Erdogan dirigindo-se aos norte-americanos.
Washington pondera sanções contra a Turquia há um ano, devido à aquisição por Ancara do sistema de mísseis antiaéreos russo S-400, que considerou incompatível com os sistemas da NATO.
Numa reação à entrega da primeira bateria de mísseis, o ano passado, os Estados Unidos suspenderam a participação da Turquia no programa de fabrico do avião de guerra norte-americano F-35, considerando que os S-400 poderiam ter acesso aos segredos tecnológicos, e voltaram a expressar a sua insatisfação na semana passada, após o primeiro teste com esses mísseis, já confirmado por Erdogan.
Na sexta-feira, os Estados Unidos avisaram, através de um porta-voz do Pentágono, que as relações com a Turquia poderiam ser "gravemente afetadas" pelo teste recentemente efetuado.
"É verdade, estes testes foram realizados e vão continuar", afirmou o chefe de Estado da Turquia no mesmo dia em declarações a jornalistas em Istambul. "Não vamos pedir conselhos aos Estados Unidos para isso", adiantou.