Número de mortos em confrontos na Costa do Marfim subiu para 16
Pelo menos 16 pessoas morreram e 67 ficaram feridas entre segunda e quarta-feira em confrontos interétnicos na cidade de Dabou, segundo o último balanço do governo, uma semana antes das eleições presidenciais na Costa do Marfim
© Getty Images
Mundo Costa do Marfim
"As investigações iniciais revelaram que os incidentes foram instigados por pessoas que não residiam naquela localidade e que atacaram indiscriminadamente a integridade física e a propriedade de membros das duas comunidades com o obscuro propósito de provocar um conflito intercomunitário", afirmaram as autoridades do país num comunicado divulgado no sábado.
Na última sexta-feira, o presidente da câmara de Dabou tinha contabilizado 11 mortos.
As autoridades continuam a investigar o que aconteceu em Dabou, situada a 50 quilómetros a oeste de Abidjan, a capital da Costa do Marfim, refere o comunicado, adiantando que 52 pessoas permanecem presas.
A violência adensou-se na terça-feira, após alguns distúrbios no dia anterior que levaram a confrontos mortais entre o grupo étnico adioukrous, da oposição, e dioulas, um grupo étnico do norte a favor do Governo de Alassane Ouattara.
Na quarta-feira, o Governo abriu a porta a uma reforma da Comissão Eleitoral Independente (CEI), um organismo que a oposição considera ser "subserviente" ao regime do Presidente, Alassane Ouattara.
Para os opositores de Ouattara, este não tem direito a candidatar-se a um terceiro mandato.
Eleito para a Presidência em 2010, quando substituiu Laurent Gbagbo, e reeleito em 2015, Ouattara tinha anunciado em março que não iria tentar um terceiro mandato, acabando por mudar de ideias após a morte do seu delfim, o primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly, em 08 de julho deste ano.
A Constituição da Costa do Marfim prevê um máximo de dois mandatos, mas o Conselho Constitucional decidiu que, com a aprovação de uma nova versão do texto fundamental do país, em 2016, o número de mandatos de Ouattara foi reposto a zero, algo contestado pela oposição.
Na Costa do Marfim paira um receio de uma repetição de mortais episódios de violência, à semelhança do que aconteceu após as eleições presidenciais de 2010.
Estima-se que 3.000 pessoas tenham morrido devido à recusa de Laurent Gbagbo em admitir a derrota face a Ouattara.
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