Oposição venezuelana feliz com operação para tirar Leopoldo López do país
A oposição venezuelana congratulou-se, sexta-feira, com o sucesso da operação que tirou o político Leopoldo López do país e diz que o opositor assumirá a promoção de ações para que a Venezuela seja livre.
© Reuters
Mundo Venezuela
"Informamos o país e a comunidade internacional que concluiu com sucesso uma operação que contornou o aparelho repressivo da ditadura de [o Presidente], Nicolás Maduro, para levar para território internacional o comissário presidencial para a coordenação do centro de Governo, Leopoldo López", explica-se num comunicado.
No documento, divulgado em Caracas, pela equipa do líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó, explica-se que Leopoldo López continuará a lutar pela liberdade da Venezuela e que está comprometido com as forças democráticas, políticas e sociais venezuelanas.
"A partir deste novo espaço de luta, poderá assumir e promover as medidas e ações necessárias para conquistar a nossa liberdade, sem as restrições políticas, de comunicação, legais e diplomáticas a que a sua antiga condição o obrigava", sublinha-se.
No comunicado, a oposição agradece "a contribuição histórica do Governo da Espanha e do seu embaixador em Caracas, Jesús Silva, como garantes da integridade física de Leopoldo López durante os meses em que esteve como hóspede na sua [de Espanha] sede diplomática em Caracas".
"O povo venezuelano, seu Presidente interino e os membros do Governo Legítimo, expressamos a nossa gratidão e reconhecimento a todo o pessoal diplomático da embaixada da Espanha em Caracas", salienta-se no comunicado que conclui com a expressão "abaixo a ditadura".
O político opositor venezuelano, Leopoldo López, deixou a embaixada de Espanha em Caracas, onde estava refugiado desde 30 de abril de 2019, encontrando-se a caminho de Bogotá, na vizinha Colômbia, disseram sexta-feira fontes diplomáticas à agência Lusa.
"Ele deixou a embaixada [de Espanha] há uns dias e já está do outro lado [da fronteira]", explicou uma das fontes, que pediu anonimato.
Outra fonte diplomática disse à Lusa que "nos próximos dias vai haver desenvolvimentos" em relação à saída do político opositor e que, entretanto, o "Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional [Sebin, serviços de informação] reforçou a presença que mantinha" junto da embaixada de Espanha em Caracas.
Segundo a imprensa venezuelana, Leopoldo López deverá viajar brevemente para Espanha, onde se encontrará com o pai, Leopoldo López Gil, que desde maio de 2019 é deputado no Parlamento Europeu pelo Partido Popular espanhol.
Político e economista, Leopoldo Eduardo López Mendoza, 49 anos, é coordenador do partido opositor venezuelano Vontade Popular (o mesmo de Juan Guaidó) e encontrava-se refugiado na embaixada de Espanha em Caracas desde 30 de abril de 2019, depois de participar numa frustrada tentativa de golpe de estado contra o Governo do Presidente, Nicolás Maduro.
Nesse dia, antes de se refugiar na embaixada, Leopoldo López fugiu da sua casa, onde permanecia em prisão domiciliária, e apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas) junto ao líder opositor Juan Guaidó e vários militares, apelando, sem sucesso, à população para sair às ruas a derrubar o Governo venezuelano.
Em 18 de fevereiro de 2014, Leopoldo López, entregou-se às autoridades venezuelanas, depois de um tribunal de Caracas ordenar a sua prisão por alegadamente instigar à violência, por ser uma das pessoas que convocaram uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas de feridos seis dias antes.
López foi para uma prisão militar, acusado por instigação pública, associação criminosa, danos à propriedade e incêndio, e acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão, que cumpria em domiciliária.
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