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Presidente da Costa do Marfim pronto para deixar Gbagbo regressar ao país

O presidente da Costa do Marfim mostrou-se hoje favorável ao regresso ao país do seu antecessor, Laurent Gbagbo, após as eleições presidenciais de 31 de outubro, ao mesmo tempo que declarou querer prender o ex-aliado que o levou ao poder.

Presidente da Costa do Marfim pronto para deixar Gbagbo regressar ao país
Notícias ao Minuto

13:42 - 24/10/20 por Lusa

Mundo Costa do Marfim

"Laurent Gbagbo pode regressar, isso não é problema e tomarei as medidas necessárias para que possa vir" assim que o seu processo no Tribunal Penal Internacional (TPI) terminar, declarou Alassane Ouattara, numa entrevista publicada hoje pelo diário francês Le Monde.

Gbagbo, de 75 anos, foi Presidente entre 2000 e 2010 e foi absolvido da acusação de crimes contra a humanidade pelo TPI em 2019 depois de ter estado oito anos detido, mantendo-se a viver em Bruxelas enquanto não estiver resolvido um eventual recurso do veredito.

De acordo com fontes próximas do ex-Presidente, o atual poder recusa-se a deixá-lo regressar à Costa do Marfim, negando-lhe o passaporte.

Na entrevista, Ouattara afirmou que não pretende amnistiar Gbagbo da pena a que foi condenado pela justiça da Costa do Marfim por causa do caso de roubo do Banco Central dos Estados da África Ocidental.

Por outro lado, o Presidente marfinense pede "prisão perpétua" para o seu ex-aliado Guillaume Soro, que liderou durante a primeira década do século a rebelião através da qual Ouattara tomou o poder, acusando-o de ter fomentado um golpe.

"Para ele, será prisão. Não há dúvida. Ele merece prisão perpétua pelo que fez", afirmou sobre o seu ex-primeiro-ministro e ex-presidente do parlamento marfinense, que vive exilado na Europa desde 2019.

Condenado a 20 anos de prisão por desvio de fundos públicos, Guillaume Soro, de 47 anos, também é acusado de conspiração e ameaça à segurança nacional, juntamente com 20 dos seus apoiantes.

Persiste na Costa do Marfim o receio de uma onda de violência eleitoral, dez anos após a crise que se seguiu às eleições presidenciais de 2010, que fez 3.000 mortos depois de Laurent Gbagbo se recusar a reconhecer a derrota.

Segundo organizações internacionais, a violências pré-eleitoral já terá provocado uma dezena de mortos.

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