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Pelo menos 56 mortos desde o início dos protestos na Nigéria

Pelo menos 56 pessoas morreram na Nigéria desde o início dos protestos contra a violência policial no país, em 8 de Outubro, 38 das quais na passada terça-feira em Lagos, anunciou hoje a Amnistia Internacional (AI).

Pelo menos 56 mortos desde o início dos protestos na Nigéria
Notícias ao Minuto

15:47 - 22/10/20 por Lusa

Mundo Amnistia

"O número mantém-se em 56", indicou à agência Efe Isa Sunasi, responsável pela comunicação na AI na Nigéria, que exortou as forças de segurança a "agirem com contenção e precaução" e a respeitarem "o direito à liberdade de reunião e de movimento" dos nigerianos.

O número total de mortos inclui manifestantes - pelo menos 12 foram mortos no distrito de Alausa e na portagem de Lekki em Lagos na terça-feira, onde soldados abriram fogo sobre os manifestantes - membros das forças de segurança e bandidos alegadamente contratados pelas autoridades, disse a Amnistia Internacional.

Entretanto, hoje ao final da manhã, vários tiros foram disparados e uma nuvem de fumo negro saía do telhado da prisão central de Lagos, que estava a ser atacada, de acordo com agentes da polícia à agência France-Presse. "Estão a atacar a prisão", disseram à AFP elementos da polícia nigeriana estacionados junto à prisão da maior cidade daquele país africano.

A violenta repressão de terça-feira ocorreu duas semanas após o início dos protestos sob o lema "#EndSARS", sigla da entretanto dissolvida Brigada Especial Anti-Roubo da Polícia Nigeriana, acusada de detenções arbitrárias, torturas e execuções extrajudiciais.

"As pessoas querem sentir-se protegidas. Os nigerianos querem desesperadamente o fim da brutalidade policial", disse a responsável da IA em declarações à agência Efe, quando interrogada sobre o sentimento geral nas ruas.

O jornal nigeriano Premium Times noticia hoje que um bandido alegadamente contratado pelas autoridades terá matado o jovem designer de software Okechukwu Obi-Enadhuze, que foi esfaqueado até à morte na sua casa no estado de Lagos, segundo o seu irmão e testemunha dos acontecimentos.

"O meu irmão não foi morto por uma bala da polícia, morreu como um herói a proteger a minha mãe e a mim", relatou Daniel Obi-Enadhuze, no Twitter esta manhã.

Ataques que acabaram em saques também se repetiram nas últimas horas contra algumas das sedes em Lagos dos meios de comunicação pró-governamentais do Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, incluindo o jornal The Nation e a TVC News.

"Os protestos têm sido pacíficos e devem continuar a ser pacíficos", exortou Sunasi, cuja organização apela ao Governo para que tome "medidas tangíveis e praticáveis" que garantam aos nigerianos que "a polícia não mais os torturará ou matará".

O governador do estado de Lagos, Babjide Sanwo-Olu, anunciou hoje através da televisão local Arise TV que o exército se disponibilizou a disseminar-se pelo estado com o objetivo de proteger estabelecimentos comerciais e governamentais dos tumultos, mas não confirmou se essa dispersão terá lugar.

Sanwo-Olu disse que o recolher obrigatório no estado, em vigor desde terça-feira para conter os protestos, poderá ser aliviado na sexta-feira, na melhor das hipóteses, para permitir aos residentes de Lagos comprarem alimentos e outros bens de primeira necessidade.

"Se virmos que as ruas estão livres e que toda a agitação e nervosismo diminuíram, podemos aliviar o recolher obrigatório para amanhã (sexta-feira) ou para o dia seguinte (sábado), o mais tardar", disse o governador.

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