Josep Borrell e Mike Pompeo discutem na sexta-feira relações com China
O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, vai realizar na sexta-feira uma chamada telefónica com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, para debater relações bilaterais com a China.
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Mundo Relações bilaterais
"Nesse telefonema, [Borrell e Pompeo] chegarão a um acordo relativamente ao novo diálogo UE-EUA sobre a China", declarou o porta-voz do chefe da diplomacia europeia, falando na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas.
De acordo com Peter Stano, em causa está um diálogo (à distância) entre o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) e o Departamento de Estado dos EUA, após o qual haverá um "anúncio mais detalhado na sequência do telefonema".
Ainda assim, haverá "diferentes acontecimentos políticos internacionais" em cima da mesa nesta conversa telefónica, segundo o porta-voz, que aludiu a questões como a situação na Bielorrússia ou no território disputado de Nagorno-Karabakh pela Arménia e Azerbaijão, bem como a cooperação transatlântica.
A informação hoje divulgada por Peter Stano surge depois de, na quinta-feira, Mike Pompeo ter anunciado que inaugurará, juntamente com a UE, um mecanismo de diálogo para coordenar a resposta à China.
"Nesta sexta-feira, o Alto Representante da UE, Josep Borrell, e eu lançaremos o diálogo EUA-UE sobre a China. Estou certo de que a nossa discussão aprofundará o nosso compromisso com os nossos amigos da UE nesta importante questão", disse Mike Pompeo na quinta-feira.
"Os europeus também estão preocupados com o ambiente que vivemos, tal como nós", adiantou.
Este canal de diálogo foi anunciado em junho passado. Na altura, Borrell fez a proposta durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e dos EUA e, posteriormente, Pompeo indicou que concordou em criar tal mecanismo.
Espera-se que este mecanismo permita criar um banco de dados que reúna as informações que a UE e os EUA têm sobre a China e, em seguida, coordenar as suas respostas.
Desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou à Casa Branca, em 2017, a luta pela hegemonia com a China intensificou-se.
As duas potências económicas travam uma guerra comercial desde março de 2018, além de um conflito tecnológico sobre a presença das empresas chinesas Huawei e ZTE nos concursos internacionais para a rede 5G -- a que se juntaram países europeus - e, mais recentemente, os EUA e a China trocaram acusações de culpas sobre qual dos dois originou a atual pandemia de covid-19.
A UE deixou claro quer cooperar com a China para desenvolver o multilateralismo, embora discorde do gigante asiático em questões como os direitos humanos, a sua política em relação a Hong Kong - que acredita colocar em risco a semiautonomia da região - ou as campanhas de desinformação de origem chinesa durante a pandemia.
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