Turquia "rejeita totalmente" declaração de Chipre, Grécia e Egito
A Turquia rejeitou hoje "totalmente" a declaração conjunta de Chipre, Grécia e Egito, emitida na quarta-feira após uma cimeira trilateral, a condenar as ações de prospeção turcas de hidrocarbonetos em águas cipriotas e no Mediterrâneo oriental.
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Mundo Mediterrâneo oriental
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco afirmou que Ancara "rejeita totalmente a declaração que contém acusações e alegações infundadas".
Na quarta-feira, no âmbito de uma cimeira regional trilateral realizada em Nicósia, os Presidentes cipriota e egípcio, Nicos Anastasiades e Abdel Fattah Al-Sisi, respetivamente, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, instaram Ancara a acabar com as ações "provocatórias" no Mediterrâneo oriental.
Numa declaração conjunta, os três países apelaram igualmente à Turquia que aceitasse o convite de Chipre para entrar em negociações para um acordo sobre a delimitação de fronteiras marítimas.
Em reação, a diplomacia turca afirmou hoje que a declaração conjunta emitida pelos três países atacou Ancara em vez de apoiar a paz e a estabilidade naquela região.
E reiterou a posição da Turquia de que a cooperação com Chipre só poderá ter lugar com a inclusão dos cipriotas turcos naquela ilha dividida há mais de 40 anos.
Membro da União Europeia (UE) e da zona euro, a República de Chipre ocupa a parte sul do território, habitada em larga maioria por cipriotas gregos.
No terço norte do território, onde está instalada a comunidade cipriota turca, foi autoproclamada em 1983 a República Turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida pela Turquia.
A divisão da ilha, antiga colónia britânica, prevalece desde 1974, quando as tropas turcas invadiram o norte do território em resposta a uma tentativa de golpe falhado de nacionalistas cipriotas gregos, que pretendiam concretizar a união de Chipre à Grécia.
"Vamos continuar com determinação a proteger os nossos direitos e os direitos dos cipriotas turcos no Mediterrâneo oriental", reforçou o Governo turco, que também anunciou hoje que irá prolongar por uma semana, até 27 de outubro, a prospeção de gás natural em águas circundantes à ilha grega de Kastelorizo, zona sobre a qual reclama direitos de exploração.
O navio de prospeção sísmica Oruç Reis, juntamente com outras embarcações, fará trabalhos de prospeção a oeste de Kastelorizo nos próximos cinco dias, segundo precisou o executivo turco.
A cimeira trilateral de quarta-feira ocorreu num momento de alta tensão entre a Grécia e a Turquia, dois países que integram a NATO, a propósito de divergências relacionadas com a definição de águas territoriais e de zonas económicas exclusivas, e dos direitos energéticos.
Atenas e Nicósia assinaram acordos relacionados com as fronteiras marítimas no Mediterrâneo com o Egito, enquanto a Turquia assinou um acordo semelhante com o governo da Líbia com sede em Tripoli.
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