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Número de mortos em violência na Guiné Conacri sobe para nove

O número de mortos nos confrontos entre apoiantes da oposição e forças de segurança na Guiné-Conacri subiu para nove, incluindo um polícia, anunciou o Ministério da Segurança e Proteção Civil.

Número de mortos em violência na Guiné Conacri sobe para nove
Notícias ao Minuto

20:43 - 21/10/20 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

De acordo com o departamento governamental guineense, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), os opositores, fiéis ao candidato Cellou Dalien Diallo, terão criado barricadas e disparado tiros em Conacri, capital, e no interior do país, havendo ainda confrontos com apoiantes do partido do poder, saques a esquadras e ataques contra as sedes de apoio ao Presidente, Alpha Condé.

"Estas situações são, muito infelizmente, agravadas pela perda de vidas humanas", refere o Ministério da Segurança e Proteção Civil.

Entre os civis, "quatro corpos de vítimas abatidas foram depositados nas morgues do hospital Donka e Ignace Deen", em Conacri, havendo registo de "uma morte por esfaqueamento e duas outras por armas de fogo" em Kissidougou, localidade a 380 quilómetros a leste da capital.

Já em Coyah, perto da capital, um outro cidadão morreu também depois de ter sido alvejado.

De acordo com o Ministério, um polícia morreu após ter sido "linchado até à morte em Bambéto", um subúrbio em Conacri, tendo "vários outros ficaram feridos, incluindo um esfaqueado".

"Estes agentes, que não estavam armados com armas letais, fizeram parte do sistema criado para remover as barricadas na estrada de Le Prince [que atravessa os bastiões da oposição] e para manter a ordem", disse o ministério, que acrescentou que a polícia judiciária se encarregou da investigação de todas as mortes e ordenou a realização de autópsias.

Durante o dia de hoje foram registados vários confrontos entre jovens apoiantes do opositor Cellou Dalien Diallo, que reclamou vitória na segunda-feira, e a polícia, em particular em locais considerados bastiões da oposição, refere a AFP.

O Presidente cessante, Alpha Condé, que concorreu a um terceiro mandato, aos 82 anos, lançou, nas redes sociais, um apelo "à calma e à serenidade enquanto se aguarda o resultado do processo eleitoral em curso".

Na noite de terça-feira, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni), responsável pela organização das eleições na Guiné-Conacri, anunciou os primeiros resultados do escrutínio de domingo em quatro dos 38 círculos eleitorais.

Dos resultados anunciados, Condé venceu, com larga margem, Diallo, tendo ultrapassado a maioria absoluta em três destes.

Ainda assim, um funcionário da Ceni alertou que não é seguro "extrapolar" estes resultados para um resultado nacional.

A Ceni estima que os resultados provisórios sejam divulgados até ao final da semana, tendo estes, depois, de ser validados pelo Tribunal Constitucional da Guiné-Conacri.

Diallo acusou o chefe de Estado de "fazer todo o possível para alterar os resultados das urnas a seu favor".

Condé mostrou-se, em caso de vitória, disponível para dialogar com a oposição.

No início da tarde de segunda-feira, Diallo tinha reclamado a vitória nas eleições de domingo "desde a primeira volta", apesar de os resultados oficiais não terem sido anunciados, levantando o receio de um intensificar das tensões num país que enfrentou meses de campanhas de contestação mortífera, algo que foi criticado pela Ceni, que considerou esta proclamação "nula e sem efeito".

Cerca de 5,4 milhões de eleitores escolheram domingo o próximo presidente da Guiné-Conacri, numa eleição marcada pela contestação à recandidatura de Alpha Condé e pela morte de dezenas de manifestantes.

O Presidente cessante, Alpha Condé, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente em 2010 após décadas de regimes autoritários na Guiné-Conacri, foi reeleito em 2015 para um segundo mandato e vai tentar agora um terceiro.

Durante um referendo em março, muito contestado, fez aprovar uma nova Constituição e de seguida considerou, com os seus apoiantes, que o novo texto lhe permite voltar a concorrer ao escrutínio.

Os seus adversários denunciaram um "golpe de Estado constitucional". Segundo a oposição, pelo menos 90 pessoas morreram no último ano devido a incidentes durante manifestações contra uma nova candidatura de Condé.

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