Pelo menos três mortos em violência pós-eleitoral na Guiné-Conacri

Pelo menos três pessoas morreram hoje em confrontos na capital da Guiné-Conacri, Conacri, entre apoiantes da oposição e as forças de segurança, dias depois das eleições presidenciais, noticia a agência France-Presse (AFP), que cita fontes policiais.

Guiné-Bissau bandeira

© iStock

Lusa
21/10/2020 16:14 ‧ 21/10/2020 por Lusa

Mundo

violência

"Pelo menos três pessoas morreram hoje, vi com os meus próprios olhos em Lambanyi e Sonfonia", dois bairros no norte da capital, afirmou o auxiliar Mamadou Kéganan Doumbouya, acrescentando que cerca de uma dezena ficou ferida.

Durante o dia de hoje foram registados vários confrontos entre jovens apoiantes do opositor Cellou Dalien Diallo, que reclamou vitória na segunda-feira, e a polícia, em particular em locais considerados bastiões da oposição, refere a AFP.

O Presidente cessante, Alpha Condé, que concorreu a um terceiro mandato, aos 82 anos, lançou, nas redes sociais, um apelo "à calma e à serenidade enquanto se aguarda o resultado do processo eleitoral em curso".

Na noite de terça-feira, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni), responsável pela organização das eleições na Guiné-Conacri, anunciou os primeiros resultados do escrutínio de domingo em quatro dos 38 círculos eleitorais.

Dos resultados anunciados, Condé venceu, com larga margem, Diallo, tendo ultrapassado a maioria absoluta em três destes.

Ainda assim, um funcionário da Ceni alertou que não é seguro "extrapolar" estes resultados para um resultado nacional.

Diallo acusou o chefe de Estado de "fazer todo o possível para alterar os resultados das urnas a seu favor".

Condé mostrou-se, em caso de vitória, disponível para dialogar com a oposição.

No início da tarde de segunda-feira, Diallo tinha reclamado a vitória nas eleições de domingo "desde a primeira volta", apesar de os resultados oficiais não terem sido anunciados, levantando o receio de um intensificar das tensões num país que enfrentou meses de campanhas de contestação mortífera, algo que foi criticado pela Ceni, que considerou esta proclamação "nula e sem efeito".

Cerca de 5,4 milhões de eleitores escolheram no domingo o próximo Presidente da Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau, numa eleição marcada pela contestação à recandidatura de Alpha Condé e pela morte de dezenas de manifestantes.

Condé, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente em 2010 após décadas de regimes autoritários na Guiné-Conacri, foi reeleito em 2015 para um segundo mandato e vai tentar agora um terceiro.

Durante um referendo em março, muito contestado, fez aprovar uma nova Constituição e de seguida considerou, com os seus apoiantes, que o novo texto lhe permite voltar a concorrer ao escrutínio.

Os seus adversários denunciaram um "golpe de Estado constitucional". Segundo a oposição, pelo menos 90 pessoas morreram no último ano devido a incidentes durante manifestações contra uma nova candidatura de Condé.

 

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