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PM tailandês exorta manifestantes a acabar com confrontos

O primeiro-ministro da Tailândia defendeu hoje que as divergências políticas no país devem ser resolvidas no parlamento, numa altura em que os protestos antigovernamentais, liderados por estudantes, prosseguem há oito dias consecutivos nas ruas tailandesas.

PM tailandês exorta manifestantes a acabar com confrontos
Notícias ao Minuto

15:22 - 21/10/20 por Lusa

Mundo Prayuth Chan-ocha

"A única forma de ter uma solução duradoura para todos os lados, que seja justa para aqueles que estão nas ruas, bem como para os muitos milhões que escolhem não ir para as ruas, é discutir e resolver estas diferenças através do processo parlamentar", declarou o primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, segundo uma transcrição em inglês de um discurso transmitido hoje na televisão local e citada pelas agências internacionais.

Nos últimos cerca de três meses, têm ocorrido regularmente manifestações nas ruas da Tailândia para reivindicar uma revisão governamental, a demissão do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, uma Constituição mais democrática e uma reforma dos poderes da monarquia, um assunto tabu no país.

Pelo oitavo dia consecutivo, os ativistas antigovernamentais voltaram hoje a protestar nas ruas tailandesas, apesar de vários dos principais líderes do movimento de contestação terem sido detidos e de o estado de emergência declarado na semana passada pelas autoridades proibir concentrações públicas com mais de quatro pessoas.

O Governo tailandês aprovou na terça-feira um pedido de convocação do parlamento para uma sessão especial, em 26 e 27 de outubro, com o objetivo de abordar e tentar lidar com a crescente pressão política dos protestos.

No mesmo discurso, Prayuth Chan-ocha propôs uma concessão aos manifestantes, afirmando que levantaria imediatamente o estado de emergência "se não houvesse incidentes violentos".

A anulação do decreto do estadp de emergência tem sido uma das exigências dos manifestantes e ativistas estudantis recorreram hoje à justiça para tentar revogar esta medida.

Momentos depois da transmissão televisiva do discurso de Prayuth Chan-ocha, manifestantes em Banguecoque começaram a dirigir-se para o edifício onde fica o gabinete oficial do primeiro-ministro e a polícia bloqueou todas as ruas nas imediações.

"Embora consiga ouvir e reconhecer as exigências dos manifestantes, não posso governar o país com base nas exigências de manifestantes ou de multidões", disse Prayuth.

Criticando alguns ativistas que fizeram "ataques brutais" contra a polícia, Prayuth Chan-ocha reconheceu, porém, que muitos outros manifestantes, apesar de terem infringido a lei, "são pessoas pacíficas e bem-intencionadas", que são "genuínas" nos seus desejos para "uma sociedade melhor e uma nação melhor".

O primeiro-ministro tailandês referiu-se à manifestação de sexta-feira que foi dispersada por unidades policiais anti-motim com jatos de água, afirmando que esse não é o caminho para "alcançar uma sociedade melhor".

"Vamos respeitar a lei e a democracia parlamentar, e que as nossas opiniões sejam apresentadas através dos nossos representantes no parlamento", concluiu.

Prayuth Chan-ocha é um antigo general do exército que comandou o golpe de Estado de 2014 contra o governo de Yingluck Shinawatra (irmã de um ex-primeiro-ministro que anos antes também tinha sido afastado pelo exército, acusado de corrupção) e que permaneceu no poder após as eleições contestadas de 2019.

A par das críticas contra o Governo de Prayuth Chan-ocha, as manifestações também têm reivindicado uma reforma da monarquia, o que pode desencadear processos criminais na Tailândia.

Os defensores da monarquia, em resposta, têm intensificado a sua presença na Internet e promovido manifestações de apoio ao monarca Maha Vajiralongkorn, como aconteceu hoje em Banguecoque, onde foram registados alguns incidentes, e em outras províncias do país.

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