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Talibãs terão de "cumprir compromissos" para NATO sair do Afeganistão

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, anunciou hoje que a retirada das tropas da aliança do Afeganistão dependerá do "cumprimento dos compromissos feitos pelos talibãs" no âmbito do acordo com os Estados Unidos.

Talibãs terão de "cumprir compromissos" para NATO sair do Afeganistão
Notícias ao Minuto

15:15 - 21/10/20 por Lusa

Mundo Stoltenberg

"Qualquer futuro ajustamento da presença da NATO no Afeganistão será feito com base na nossa avaliação das condições no terreno e dependendo do cumprimento, pelos Talibãs, dos compromissos feitos no âmbito do acordo Estados Unidos-Talibã", afirmou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa antes da cimeira que irá reunir o conjunto dos ministros de defesa da organização.

Afirmando que "todos os aliados da NATO saúdam" o acordo assinado entre os Estados Unidos e os Talibã, Stoltenberg referiu que a NATO "tem de ver os Talibã a cumprirem os seus compromissos", o que inclui "reduzir a violência, preparar o terreno para um cessar-fogo e romper os laços com a Al-Qaeda e todas as organizações terroristas".

"Todas as condições têm de ser cuidadosamente avaliadas e analisadas e, depois, com base nessa análise, iremos tomar uma decisão juntos e coordenar os nossos esforços com base no princípio de que fomos para o Afeganistão juntos, fazemos ajustamentos juntos e, no tempo certo, quando as condições forem cumpridas, iremos sair juntos. Mas não antes", realçou o secretário-geral da NATO.

Sublinhando que a NATO se encontra no Afeganistão devido a "um ataque contra os Estados Unidos a 11 de setembro [de 2001]", o secretário-geral da organização referiu também que a aliança se mantém no país "para garantir que o Afeganistão não se transforma num refúgio seguro para terroristas internacionais".

"Quero sublinhar que estamos lá para protegermos os nossos interesses, porque se o Afeganistão voltar a tornar-se num refúgio seguro, num sítio onde terroristas internacionais podem treinar, planear, organizar e financiar ataques contra as nossas nações, ficamos mais vulneráveis", afirmou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da NATO justificou assim as declarações que tinha feito a 08 de outubro, quando referiu que as tropas da NATO iriam sair do Afeganistão "junto com os Estados Unidos".

Na altura, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha publicado uma mensagem na rede social Twitter onde referia que planeava a retirada das tropas americanas do Afeganistão "antes do Natal".

"Antes do Natal, deveremos ter em casa o número restante de homens e mulheres corajosas que estão a servir no Afeganistão!", tinha escrito Donald Trump no 'tweet'.

Os talibãs e os Estados Unidos chegaram a acordo em fevereiro para a retirada de todas as tropas norte-americanas do país até maio de 2021, em troca de garantias, da parte dos talibãs, de que não permitiriam a utilização das suas bases para a organização de ataques terroristas internacionais.

Desde então, o Governo afegão e os talibãs iniciaram um processo de paz, de maneira a negociar o cessar-fogo e a partilha de poder no Afeganistão pós-guerra.

A NATO tem atualmente 12.000 soldados no Afeganistão a prestarem apoio técnico e logístico às forças de segurança afegãs.

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