Talibãs terão de "cumprir compromissos" para NATO sair do Afeganistão
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, anunciou hoje que a retirada das tropas da aliança do Afeganistão dependerá do "cumprimento dos compromissos feitos pelos talibãs" no âmbito do acordo com os Estados Unidos.
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"Qualquer futuro ajustamento da presença da NATO no Afeganistão será feito com base na nossa avaliação das condições no terreno e dependendo do cumprimento, pelos Talibãs, dos compromissos feitos no âmbito do acordo Estados Unidos-Talibã", afirmou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa antes da cimeira que irá reunir o conjunto dos ministros de defesa da organização.
Afirmando que "todos os aliados da NATO saúdam" o acordo assinado entre os Estados Unidos e os Talibã, Stoltenberg referiu que a NATO "tem de ver os Talibã a cumprirem os seus compromissos", o que inclui "reduzir a violência, preparar o terreno para um cessar-fogo e romper os laços com a Al-Qaeda e todas as organizações terroristas".
"Todas as condições têm de ser cuidadosamente avaliadas e analisadas e, depois, com base nessa análise, iremos tomar uma decisão juntos e coordenar os nossos esforços com base no princípio de que fomos para o Afeganistão juntos, fazemos ajustamentos juntos e, no tempo certo, quando as condições forem cumpridas, iremos sair juntos. Mas não antes", realçou o secretário-geral da NATO.
Sublinhando que a NATO se encontra no Afeganistão devido a "um ataque contra os Estados Unidos a 11 de setembro [de 2001]", o secretário-geral da organização referiu também que a aliança se mantém no país "para garantir que o Afeganistão não se transforma num refúgio seguro para terroristas internacionais".
"Quero sublinhar que estamos lá para protegermos os nossos interesses, porque se o Afeganistão voltar a tornar-se num refúgio seguro, num sítio onde terroristas internacionais podem treinar, planear, organizar e financiar ataques contra as nossas nações, ficamos mais vulneráveis", afirmou Jens Stoltenberg.
O secretário-geral da NATO justificou assim as declarações que tinha feito a 08 de outubro, quando referiu que as tropas da NATO iriam sair do Afeganistão "junto com os Estados Unidos".
Na altura, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha publicado uma mensagem na rede social Twitter onde referia que planeava a retirada das tropas americanas do Afeganistão "antes do Natal".
"Antes do Natal, deveremos ter em casa o número restante de homens e mulheres corajosas que estão a servir no Afeganistão!", tinha escrito Donald Trump no 'tweet'.
Os talibãs e os Estados Unidos chegaram a acordo em fevereiro para a retirada de todas as tropas norte-americanas do país até maio de 2021, em troca de garantias, da parte dos talibãs, de que não permitiriam a utilização das suas bases para a organização de ataques terroristas internacionais.
Desde então, o Governo afegão e os talibãs iniciaram um processo de paz, de maneira a negociar o cessar-fogo e a partilha de poder no Afeganistão pós-guerra.
A NATO tem atualmente 12.000 soldados no Afeganistão a prestarem apoio técnico e logístico às forças de segurança afegãs.
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