Moscovo recebe chefes de diplomacia de Arménia e Azerbaijão
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, discutiu, separadamente, com os seus homólogos do Azerbaijão e da Arménia a implementação do cessar-fogo em Nagorno-Karabakh, anunciou hoje o Kremlin.
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Mundo Nagorno-Karabakh
A primeira tentativa de um cessar-fogo humanitário tinha ocorrido na madrugada de 10 de outubro, com mediação da Rússia, e a segunda no passado sábado, mas nenhum dos acordos durou mais de 24 horas.
Agora, Moscovo procura nova solução, com reuniões separadas que aconteceram na terça-feira e hoje, com Lavrov a dizer que a continuação dos confrontos é "inaceitável".
"Durante as negociações, foram abordadas questões urgentes relacionadas com a implementação dos acordos anteriormente alcançados para um cessar-fogo na zona de conflito de Nagorno-Karabakh, bem como a criação de condições para uma solução sustentável", disse a diplomacia russa, num comunicado.
A viagem dos ministros do Azerbaijão e da Arménia não tinha sido anunciada antecipadamente pela Rússia, que procura intensificar os contactos diplomáticos, aumentando os pedidos de cessar-fogo, desde a retomada das hostilidades na região, em 27 de setembro.
Com os EUA e a França, a Rússia faz parte do trio de coordenação do Grupo de Minsk, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), envolvido na resolução do conflito de Nagorno-Karabakh.
É esperado que os ministros dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão e da Arménia se reúnam em breve com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Washington, mas não há ainda data fixada para esse encontro.
O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.
No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam "faixa de segurança".
O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.
De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.
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