Irão inicia manobras militares de larga escala após fim de embargo
As forças armadas iranianas iniciaram hoje manobras militares aéreas de larga escala para aumentar a sua capacidade defensiva, apenas três dias depois do embargo internacional de armas ter sido levantado.
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Mundo Forças Armadas
Nos exercícios, realizados simulando uma situação "muito semelhante a um combate real" no centro do país, segundo os seus organizadores, participam unidades do Exército da Defesa Aérea e da Guarda Revolucionária.
O porta-voz das forças armadas iranianas Abas Farajpur explicou que o objetivo é proteger os locais estratégicos do país com a ajuda de sistemas de reconhecimento, radar e mísseis de fabrico nacional.
"A primeira fase do exercício envolve a implantação de sistemas de defesa, incluindo sistemas de mísseis e radar, com foco na mobilidade e resposta rápida", disse o porta-voz.
Durante os exercícios, serão utilizados equipamentos de guerra eletrónica e sistemas de comunicação, enquanto a Força Aérea voará com caças, bombardeiros e veículos não tripulados ('drones').
Todos os equipamentos usados nas manobras são de fabrico nacional, mas a partir de agora o Irão recupera o direito de comprar e vender armas, já que embargo da ONU expirou no domingo.
O Presidente iraniano, Hassan Rohaní, diz que se trata da "vitória da lógica da lei sobre a coerção", aludindo ao facto de os Estados Unidos terem tentado estender o embargo e ameaçado punir todos os que realizem comércio com o Irão.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif, anunciou, durante a reunião virtual do Conselho de Segurança, na noite de terça-feira, que "o Irão não tem intenção de participar numa corrida armamentista na região ou iniciar uma onda de compras".
Zarif salientou que "segurança e estabilidade nunca podem ser compradas" e criticou os países sunitas do Golfo Pérsico por terem feito aquisições massivas de armas aos Estados Unidos.
Devido às sanções internacionais, bem como à crise económica que o país atravessa, não se prevê que Teerão compre muitas armas no mercado internacional, no curto prazo.
Na verdade, para o ministro da Defesa, Amir Hatamí, o Irão tem seguido uma "política de autossuficiência", concentrando-se mais na venda do que na compra.
"Vamos oferecer os nossos produtos a muitos países que estão sujeitos à hostilidade dos Estados Unidos e que têm direito a uma legítima defesa", disse Hatami, sem especificar os nomes dos possíveis compradores de armas iranianas.
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