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Veteranos que atacaram Cuba em 1961 apoiam Donald Trump

O presidente dos exilados cubanos da Brigada 2506, derrotada pelas forças de Fidel Castro em 1961 na Baía dos Porcos, garante que Joe Biden "não leva nem um voto" da população de "Little Havana" em Miami.

Veteranos que atacaram Cuba em 1961 apoiam Donald Trump
Notícias ao Minuto

07:47 - 20/10/20 por Lusa

Mundo EUA

"Acreditamos que Joe Biden abraçou a 'tendência' que existe dentro do Partido Democrata que quer converter os Estados Unidos num país socialista e, por isso, daqui não leva nenhum voto. Isso é garantido", disse à Lusa o coronel José Lopez de la Cruz, presidente dos veteranos da Brigada 2506 que recentemente demonstrou "apoio total" a Donald Trump para as eleições de novembro.

"No passado dia 23 de setembro fui recebido pelo presidente (Donald Trump) na Casa Branca e demos-lhe o nosso apoio", disse o cubano Lopez da la Cruz, 80 anos, militar do Exército dos Estados Unidos na reforma.

"Trump tem um significado muito importante para nós (exilados cubanos) porque na realidade é o único presidente dos Estados Unidos que encarou a questão do socialismo e do comunismo nas 'Américas' de forma séria. Ele esteve aqui quando se apresentou à Casa Branca em 2016 e mostrou-nos o plano de trabalho", disse o veterano da Brigada 2506.

"Gostamos do que nos disse e demos-lhe o nosso apoio nas eleições de 2016. Nestes últimos quatro anos vimos que o presidente Trump tomou muitas iniciativas contra Cuba, contra o regime cubano, venezuelano e nicaraguense", frisa o veterano do desembarque militar preparado pela CIA contra o regime de Havana em abril de 1961 e que desencadeou a "crise dos mísseis" entre norte-americanos e soviéticos.

O coronel Lopez de la Cruz, após o desembarque falhado em Cuba, foi integrado no Exército dos Estados Unidos tendo mais tarde cumprido duas missões de combate no Vietname, além de postos como oficial norte-americano no Panamá e El Salvador, durante a Guerra Fria.

Para o presidente da associação dos veteranos da Brigada 2506, os cubanos exilados em Miami estiveram "frontalmente" contra as medidas iniciadas pela administração Obama sobre o estreitar de relações com o regime de Cuba tendo rejeitado frontalmente a candidatura de Hillary Clinton nas presidenciais de 2016.

"O ambiente aqui em Miami ficou um bocado pesado por causa de (Barack) Obama e agravou-se quando Hillary Clinton se apresentou como candidata à presidência em 2016. Essa senhora queria fazer a mesma coisa que Obama e imediatamente decidimos apoiar (Donald) Trump", recorda.

Na semana passada, o candidato republicano disse numa ação de campanha no estado da Florida que Joe Biden é um "socialista" radicalizando de imediato o discurso da comunidade cubana residente em "Little Havana", Miami, e que tem um peso relevante na votação para as presidenciais de novembro.

Brigada 2506 foi o nome dado pela CIA, serviços de informações dos Estados Unidos, ao grupo de cerca de dois mil exilados cubanos que receberam instrução e apoio militar para uma das mais desastrosas operações militares norte-americanas.

Segundo a Associação dos Veteranos da Brigada 2506 ainda estão vivos cerca de 700 veteranos, muitos dos quais estiveram presos durante mais de 10 anos em Cuba após o desembarque, sobretudo, porque o apoio aéreo dos bombardeiros B-26 foi negado "de repente" pelo presidente John Kennedy no dia 17 de abril de 1961.

Um museu instalado numa casa em "Little Havana" - coração da comunidade cubana em Miami - recorda com objetos, documentos, fotografias e propaganda anticomunista os cubanos que integraram a brigada do desembarque da Baía dos Porcos.

Os brigadistas são apoiantes de Donald Trump.

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